Juntas, as operadoras vão controlar 26% do mercado nacional de telecomunicações. Falta luz verde dos reguladores para avançar com o negócio.

Os accionistas da Zon aprovaram nesta quinta-feira a fusão com a Optimus, detida pela Sonaecom (que também é dona do PÚBLICO). Na assembleia geral da operadora liderada por Rodrigo Costa esteve representado 76,2% do capital, tendo 99% destes votado favoravelmente o negócio.

O sentido da votação não gera surpresas, visto que não se esperavam grandes obstáculos à aprovação da fusão, cujo projecto já tinha recebido o aval dos conselhos de administração das duas empresas em meados de Dezembro.

Uma vez aprovada a operação, será necessário garantir ainda a luz verde da Autoridade da Concorrência, que irá pronunciar-se sobre os impactos do negócio no mercado de telecomunicações. O supervisor pediu pareceres à Autoridade Nacional de Comunicações e à Entidade Reguladora para a Comunicação Social, tendo já recebido uma apreciação favorável desta última.

Além deste passo, será necessário cumprir outra condição essencial: a derrogação do dever de lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA), que foi requerida à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. O “sim” deste supervisor permitirá às duas empresas manterem o controlo sem se verem obrigadas a um maior investimento.

Isabel dos Santos espera resposta rápida dos reguladores
O representante de Isabel dos Santos na administração da Zon mostrou-se preocupado com uma eventual demora na viabilização da fusão da empresa com a Optimus. “Gostávamos que a decisão [dos reguladores] fosse o mais rápido possível”, disse Mário Silva, à saída da assembleia-geral, citado pela agência Lusa.

Uma posição também defendida pelo presidente do Conselho de Administração, Daniel Proença de Carvalho: “Estamos confiantes que as aprovações sejam feitas rapidamente. Era importante que a operação se realizasse com brevidade no interesse do mercado e da economia do país.”

Juntas, Zon e Optimus (detida pela Sonaecom, que também é dona do PÚBLICO) vão ser complementares, já que a primeira se destaca no negócio da televisão paga e da banda larga e a segunda nas telecomunicações móveis. Estima-se que a operação vá gerar sinergias entre 300 e 400 milhões de euros e criar um grupo com receitas de 1600 milhões de euros.

Antecipando as movimentações que poderão sair desta fusão, os concorrentes Portugal Telecom e Vodafone apresentaram já ao mercado ofertas integradas, as chamadas quadriplay, que juntam os serviços de televisão, Internet e comunicações de voz num só.

Fonte: Público

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