A AEP – Associação Empresarial de Portugal chegou a acordo com os principais credores tendo em vista a recuperação da instituição. O acordo extrajudicial de recuperação (AER) foi celebrado a semana passada com nove instituições bancárias, que representam, no seu conjunto, “mais de 78% dos créditos totais da associação, que ultrapassam os 90 milhões de euros”.

O acordo de credores prevê, também, refere a AEP em comunicado, uma “nova facilidade de crédito, a 10 anos, no montante de 6,5 milhões de euros e a reestruturação em idênticas condições de todo o passivo de curto e médio prazo”. O reembolso está previsto ” numa única prestação, no fim dos 10 anos, ou antes, através da venda de ativos imobiliários detidos pela AEP e participadas”.

Para garantia desta operação, pode ainda ler-se no comunicado, “acaba de dar entrada no Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia uma proposta de Processo Especial de Revitalização (PER) que defende todas as partes interessadas e permitirá ainda à AEP pagar, de uma só vez, os salários de fevereiro e março aos seus mais de 200 colaboradores e começar a regularizar, em breve, os pagamentos a fornecedores”.

Constituído está já o fundo imobiliário que passará a deter os ativos patrimoniais fixos do parque de feiras e exposições da Exponor, em Leça da Palmeira. A Nexponor – Sociedade Especial de Investimento Imobiliário de Capital Fixo, SICAFI, SA, nasceu com um capital social inicial de 375 mil euros, integralmente subscrito pela AEP.

E em curso está já a subscrição pública de ações da Nexponor, de modo a aumentar o capital social da referida sociedade. A expetativa da AEP é de que o capital se venha a fixar nos 66 milhões, já que os nove bancos credores que assinaram o acordo extrajudicial de recuperação serão subscritores, na proporção dos seus créditos.

“Logo que concluída a subscrição pública, será requerida a admissão das ações da Nexponor à cotação no Alternext Lisbon, o segundo mercado bolsista português”, adianta a AEP.

No comunicado, a associação destaque, ainda, que, concluídas estas operações, a AEP fica em condições de “prosseguir com a reorganização das suas áreas de negócios, reduzindo o número e o peso das suas participadas e ajustando o seu quadro de pessoal, adequando-os às suas funções essenciais de apoio ao empreendendorismo”.

A AEP tem cerca de uma vintena de participadas e mais de 200 colaboradores, e José António Barros tem dito que a estrutura tem de ficar abaixo das 100 pessoas. O objetivo é concluir o processo de reestruturação “ainda em 2013”.

Fonte: Dinheiro Vivo

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