Os lucros da papeleira Portucel aumentaram 7,6% no ano passado, para 211,2 milhões de euros, com um ganho nas quotas de mercado europeu de papel. As exportações, que representam a esmagadora maioria das vendas de pasta e papel do grupo português, atingiram 1249 milhões de euros.

O volume de negócios superou os 1500 milhões, com máximos na produção e nas vendas de papel, e também a área de energia do grupo teve uma “evolução positiva”, fez saber a Portucel num comunicado divulgado nesta terça-feira ao regulador do mercado de capitais, a CMVM.

Em contraciclo com a menor procura de papel fino não revestido (para impressão e escrita), a Portucel registou um aumento na produção e nas vendas, crescendo 4% em relação a 2011 na Europa. Com isto, aumentou a quota de mercado para 17% no papel fino não revestido e “acima de 20% nos produtos transformados em folhas (papel de escritório e formatos para indústria gráfica)”.

Nos países do Sul da Europa, onde a Portucel “tem uma forte posição no mercado” de papel, a crise fez recuar o consumo de papel. A Europa e os Estados Unidos são os principais mercados da Portucel – controlam, aliás, 45% do mercado mundial de papéis finos não revestidos – e para o espaço europeu o grupo continua a prever uma tendência de queda no consumo de escritório.

Já no negócio da pasta branqueada de eucalipto o volume de vendas baixou 11%, o que o grupo controlado pela Semapa atribui à paragem de manutenção no complexo industrial de Setúbal em Setembro e à “menor disponibilidade de pasta para mercado, em resultado do aumento da produção de papel e consequente maior integração de pasta”.

No terceiro trimestre, houve uma contracção no mercado da pasta de papel, mas na recta final do ano o mercado recuperou. O segmento de papéis especiais (com maior valor acrescentado) passou a representar 63% do volume de vendas de pasta branqueada de eucalipto. Em 2013, o grupo conta com uma forte procura dos mercados asiáticos por este tipo de pasta.

De acordo com a papeleira portuguesa, os seus custos de logística aumentaram devido à dispersão dos postos de venda, ao aumento do preço dos combustíveis, a uma evolução cambial desfavorável e ainda às greves parciais dos estivadores nos últimos cinco meses de 2012.

O grupo sublinha que o aumento dos custos das operações logísticas foi “muito agravado” pela paragem parcial nos portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e Aveiro, uma vez que a Portucel – a terceira maior empresa exportadora de bens a operar em Portugal (a primeira de capitais portugueses) – representa “cerca de 10% do total da carga contentorizada e convencional exportada pelos portos nacionais”.

Fonte: Público

Comentários

comentários