Comissão Europeia deixa para Fevereiro a discussão sobre as metas orçamentais de Espanha e diz que o resgate à banca não está a resultar num acesso mais fácil ao crédito.

Olli Rehn afirmou na segunda-feira, em Madrid, que as metas orçamentais de Espanha serão debatido em Fevereiro pela troika. Bruxelas deixou sempre a porta aberta à possibilidade de facilitar os objectivos orçamentais para Espanha, mas, na segunda-feira, o comissário europeu para os Assuntos Económicos e vice-presidente da Comissão Europeia deixou pela primeira vez uma data marcada para o debate.

Existem diferenças significativas nas previsões de execução orçamental para 2013 em Espanha, entre o Governo liderado por Mariano Rajoy e a Comissão Europeia. De um lado, o Executivo espanhol antecipa um défice orçamental de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, ao passo que os líderes europeus apontam para os 6%. Para 2014 aumentam as divergências: o Governo espanhol prevê uma redução do défice orçamental para os 2,8% e a Comissão Europeia  antecipa que o défice aumente para os 6,4% do PIB.

Em Fevereiro haverá nova avaliação da consolidação orçamental espanhola, no âmbito da linha de empréstimo de 100 mil milhões de euros disponibilizada pela União Europeia e Fundo Monetário Internacional a Espanha para a recapitalização bancária.

“É importante que os cortes na despesa sejam apropriados e que englobem uma mistura amigável entre o crescimento e aumentos de impostos”, afirmou Olli Rehn, citado pela Bloomberg. “Caso haja uma deterioração séria da economia podemos propôr uma extensão do ajustamento do país”, adiantou ainda o comissário europeu.

Olli Rehn afirmou que o principal problema em Espanha é o “excessivamente restritivo e caro crédito bancário”, o que representa, em parte, um falhanço do resgate à banca espanhola. “Não se ajuda o sistema financeiro para resgatar a banca senão para impulsionar o acesso ao crédito”, disse Olli Rehn, em Madrid, acompanhado pelo ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos.

Mas o comissário europeu também se preocupa com o desemprego em Espanha, actualmente nos 26%, o segundo maior na União Europeia, a seguir à taxa de desemprego grega. Deste valor, Rehn debruçou-se sobretudo sobre os 55% de jovens abaixo dos 25 anos actualmente desempregados em Espanha. É por estes valores graves, afirmou na segunda-feira Olli Rehn, que a Espanha não pode abrandar na consolidação orçamental, já que é “fundamental” terminar as reformas laborais.

Fonte: Público

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