Os juros da dívida de Portugal, Espanha e Itália sobem em todas as maturidades após serem conhecidos os detalhes do resgate internacional ao Chipre. Em queda seguem os juros da dívida alemã – que caíram abaixo de zero na maturidade a dois anos pela primeira vez desde 2 de Janeiro – numa altura em que os investidores procuram refúgio em activos seguros.

Os termos do resgate ao Chipre estão a penalizar os mercados bolsistas e a impulsionar os juros da dívida dos países periféricos. O resgate ao país incluiu um imposto sobre depósitos que obriga todos os cidadãos a contribuir para o programa de resgate do país. Assim todos os depósitos bancários até 100 mil euros pagarão um imposto de 6,75% e acima deste valor a taxa aumenta para 9,9%.

A decisão chocou os cipriotas e assustou os analistas, que alertam que, ao abrir-se o precedente, podem criar-se as condições para uma fuga de depósitos na Europa. E nem a garantia de que esta medida é de aplicação exclusiva ao Chipre está a acalmar os investidores.

O nervosismo dos investidores é visível pelo aumento da procura de activos seguros, como é o caso da dívida alemã. O crescimento da procura já levou os juros da dívida germânica a dois anos para valores negativos. Estes recuam 2,3 pontos base para 0,2% mas já atingiram -0,3%.

Em Portugal, Espanha e Itália a tendência é oposta, com os juros da dívida a subirem em todas as maturidades.

Nesta altura, os juros da dívida portuguesa a dois anos ganham 18,7 pontos base para os 3,279% e a 10 anos sobem 23,5 pontos base para os 6,192%. A maior subida ocorre no prazo a sete anos, que avança 28,7 pontos base para os 5,713%.

Em Espanha e Itália os ganhos são mais ligeiros. Os juros da dívida espanhola a 10 anos sobem 14 pontos base para os 5,060%, enquanto os juros da dívida italiana aumentam 11,7 pontos base para os 4,716%.

Fonte: Negócios

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