Governo reafirma que o TGV está cancelado e que o projecto de Portugal é a Linha de Transporte de Mercadorias.

O presidente do conselho de administração da Mota-Engil, António Mota, afirmou nesta quinta-feira que o grupo vai concorrer à ligação ferroviária entre Lisboa e Madrid para mercadorias, anunciada pelo Governo, defendendo que um dia Portugal terá alta-velocidade.

“Posso dizer que vou concorrer”, afirmou António Mota, quando questionado pelo deputado do CDS-PP Hélder Amaral sobre a anulação do projecto de alta-velocidade Lisboa-Poceirão, na comissão de inquérito parlamentar às parcerias público-privadas (PPP).

O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, explicou que o projecto do Governo passa por uma linha ferroviária que vai ligar Lisboa a Madrid para transportar apenas mercadorias, uma vez que “o Governo não quer transportar passageiros”, considerando que “o TGV morreu em Novembro de 2011”.

O presidente do grupo Mota-Engil defendeu ainda que “a alta velocidade vai-se fazer”. “Quando não sei”, declarou o empresário.

Com a nova ligação ferroviária, o objectivo do Governo é ligar os portos do sul – Setúbal, Sines e Lisboa – ao resto da Europa”, o que vai ser feito através do projecto Linha de Transporte de Mercadorias (LTM).

“O TGV está cancelado, esse cancelamento é irreversível e o projecto de Portugal é o projecto LTM” (Linha de Transporte de Mercadorias), disse o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro.

O governante esclareceu que o projecto vai ser construído “em bitola europeia”, mas salvaguardou que é necessário que a linha esteja também “preparada para usar material circulante, quer de bitola europeia, quer de bitola ibérica”, garantindo “interoperabilidade em toda a rede”.

“No próximo quadro comunitário europeu, a Linha de Transportes de Mercadorias vai ser em bitola europeia e será em bitola mista [europeia e ibérica] onde precisarmos de utilizar as duas bitolas”, explicou.

A velocidade máxima será de “até 220 a 250 quilómetros por hora”, o que Sérgio Monteiro disse ser “absolutamente compatível com o transporte de mercadorias”. O tempo da viagem entre Lisboa e Madrid será de “quatro a quatro horas e meia”.

O governante não se quis comprometer com prazos, argumentando que o processo “ainda está em discussão entre o Estado e a União Europeia” e que, “no dia em que terminarem as negociações”, os seus resultados serão anunciados.

Fonte: Público

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