Como o forte ajustamento do consumo, no final de 2013 este estará muito abaixo do registado há quatro anos.

Augusto Mateus, economista, aponta o segundo semestre de 2014 como altura em que terminará o processo de ajustamento económico. Esta é uma “profunda crise financeira e económica” e tendo em conta o historial de Portugal em programas de ajuda que envolvem o FMI e “modelos económicos bem feitos”, na hipótese mais “optimista” demorará 44 meses.

“Cerca de 44 ou 45 meses de ajustamento é algo nunca visto num país como Portugal”, disse, esta segunda-feira, durante uma conferência do EuroCommerce, a associação europeia do comércio moderno. Tendo em conta o “nível de ajustamento do consumo”, que é “mais do dobro do ajustamento da actividade empresarial”, Augusto Mateus calcula que no final de 2013 “haverá um nível de consumo 12,3% aquém do nível de consumo de 2008”, naquele que considera o maior ajustamento desde a II Guerra Mundial.

O economista divulgou alguns números sobre o contributo do comércio moderno para a economia e está a preparar um estudo sobre o sector. Esta actividade representa 34% do volume de negócios e 23% do emprego do comércio em Portugal. Cerca de dois terços das unidades que existem em Portugal foram introduzidas depois do ano 2000 e isso prova, diz, “a realidade de interacção europeia” de Portugal. O comércio não alimentar pesa 70%, e os restantes 30% são da área alimentar e misto.

Para Luís Reis, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), “é impossível conceber ou antecipar um cenário de retoma económica desligado ou independente de um sector de retalho moderno, dinâmico, pujante e empregador”.

Durante a conferência, o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, destacou a importância do comércio para a economia, lembrando que 14% da população empregada trabalha neste sector, que vale 8% do PIB e 14% das empresas. O ministro adiantou ainda que o Governo quer reduzir a burocracia. “Juntámos três componentes da legislação em que 20 diplomas vão ser amalgamados num só e vamos desregulamentar muito”, disse. Álvaro Santos Pereira apontou como exemplo o fim do cadastro empresarial e a criação de um programa de modernização do comércio que vai suceder ao ModCom.

Fonte: Público

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