O telescópio E-ELT vai custar 1,083 mil milhões de euros ao longo de dez anos. A parte portuguesa atinge 5,1 milhões.

As reservas de Portugal em investir no maior telescópio do mundo (E-ELT) colocam em xeque as contrapartidas para a indústria tecnológica nacional. A construção do E-ELT, está avaliada em 1,083 milhões de euros, ao longo de dez anos, e a participação portuguesa no programa ascende a 5,1 milhões de euros. As portuguesas Critical Software, Active Space Technologies e ISQ Internacional estiveram envolvidas na fase de concepção do programa, com contratos no valor total de 195 mil euros, segundo dados do Observatório Europeu do Sul (ESO). “Se um Estado não aderir a um programa do ESO, não é elegível para os contratos industriais”, que no caso do telescópio são “muito significativos”, explica o porta-voz do observatório ao Diário Económico.

O projecto de engenharia do E-ELT, que hoje volta a debate no Chile durante a inauguração de outro telescópio (ALMA), já está concluído e o local escolhido – desrto chileno de Atacama. Com 40 metros de diâmetro, “será um telescópio muito maior para colectar mais luz e estudar os objectos mais fracos, como estrelas”, explica Pedro Figueira, astrónomo do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, antes de frisar que neste tipo de projectos “há um retorno para a indústria nacional segundo um factor dois, não imediato mas a longo prazo”.

Assim que reunir 90% do financiamento, a ESO começa o construir o novo telescópio. O objectivo de financiamento será ultrapassado logo que a adesão do Brasil ao ESO for ratificada pelo parlamento brasileiro, o que deverá acontecer “muito em breve”. Brasília vai assumir, indica ainda o ESO, um terço dos custos do projecto, outros 435 milhões de euros são completados por verbas adicionais dos outros Estados-membros e o restante virá do orçamento do próprio observatório. Portugal paga, por ano, cerca de 1,55 milhões de euros de quota, ou seja1,17% do orçamento do ESO.

Dos 14 membros do observatório, só Portugal e Espanha continuam sem aprovar a entrada no projecto. “Portugal anunciará a sua participação e condições na construção do E-ELT em momento oportuno”, disse ao Económico fonte oficial do ministério da Educação. Madrid já recebeu uma carta, assinada por 300 pessoas na maioria astrónomos, a avisar que sem a participação espanhola “os investigadores, centros de I&D e empresas espanholas não poderão participar nas actividades do projecto nem ficar com os contratos da ESO”.

Fonte: Económico

Comentários

comentários