A ligação linguística e cultural de Portugal a mercados em crescimento, como o Brasil e Angola é cada vez mais valorizada pelos investidores estrangeiros, surgindo entre os principais fatores de atratividade, segundo um estudo da consultora Ernst & Young.

Os inquiridos apontam as infraestruturas – telecomunicações, transportes e logística – como um dos principais fatores de atratividade e elevaram o fator de partilha linguística e cultural de quarto para segundo lugar neste ‘ranking’,

Cerca de 43% dos inquiridos consideraram que a localização da respetiva empresa em Portugal “é muito importante para aceder a mercados em crescimento, que partilham a língua e com os quais Portugal mantém estreitas ligações culturais, como são o caso de Angola e do Brasil”, salienta a consultora.

Os custos de trabalho continuam também a ser considerados muito atrativos por uma percentagem significativa de inquiridos (19%).

Apesar do ligeiro decréscimo nas intenções de investimento (29%) face ao período homólogo de 2011, em que a taxa se situava nos 31%, cerca de 55% dos inquiridos com operações em Portugal afirmaram que se vão manter no país durante os próximos dez anos.

As áreas de investimento com maior expansão são comercial e marketing (39%), investigação & desenvolvimento (19%) e cadeia de fornecimento e logística (15%), enquanto a área produtiva revelou a maior descida com um decréscimo de 42% em 2011 para 13% em 2012.

Questionados sobre o impacto das medidas de consolidação orçamental sobre a atratividade, 61% afirmaram ser positivo, enquanto 73% avaliaram positivamente o impacto das iniciativas relativas ao mercado de trabalho, nomeadamente a nível da do subsídio de desemprego e redução das indemnizações por despedimento.

Entre as medidas prioritárias para melhorar a atratividade, os investidores destacaram a redução da fiscalidade (34%), desenvolvimento da educação (30%), apoio às PME (29%) e apoio a indústrias de elevada intensidade tecnológica e inovação (28%).

No que se refere ao perfil de crescimento português nos próximos anos, os inquiridos consideram, em 2012, que este se baseará nos seguintes três setores principais: tecnologias de informação e de comunicação (15%), na energia (14%) e nas atividades relacionadas (11% ).

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa.

Fonte: Jornal i

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