Empresa sediada em Coimbra aposta em I&D para ganhar competitividade.

Duas tecnológicas portuguesas, Multiwave e Critical Software, já tinham conseguido abrir as portas da NASA. Mas foi uma empresa sediada em Coimbra e do sector das energias renováveis a integrar uma peça, inteiramente desenvolvida e fabricada em Portugal, numa sonda do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES-França).

O feito foi conquistado pela equipa de investigadores do departamento Space & Technology da Sinergiae, empresa que desenvolveu uma tecnologia que impede o aparecimento de cristais de gelo na janela da sonda onde dão entrada os dados provenientes do espaço, como explica o presidente e o maior accionista da empresa, José Pimentão, ao Diário Económico.

Sobre a importância desta nova tecnologia para a empresa e para a economia nacional, que o responsável não deixa de assinalar como “extremamente positiva”, realça que se trata de mais uma iniciativa para o “reforço de competências das empresas nacionais num sector tão competitivo como a área espacial”. E recorda que este reconhecimento pela inovação nacional, por parte do CNES-França (entidade que gere a sonda Pilot) resulta de um trabalho que começou em 2007, com a celebração das primeiras parcerias. Mais recentemente, a empresa passou a ser considerada fornecedora de primeira linha de componentes ‘hardware’ para missões espaciais.

José Pimentão enfatiza a importância desta conquista: “Agora não estamos apenas no pensar e dimensionar, trata-se também da concepção real dos protótipos e peças definitivas para embarcar em sondas da Agência Espacial Europeia”. Mas também deixa um alerta: “Os nossos parceiros europeus ainda não estão habituados a verem empresas portuguesas neste campeonato deveras competitivo”. Apesar de acrescentar que, em “muitos casos, termos demonstrado sermos tão bons como qualquer outro país europeu”.

A capacidade das empresas tem vindo a agravar-se com a crise económica e financeira no País. A falta de crédito está a colocar muitas empresas em “completo sufoco financeiro”, sendo essencial para muitas conseguirem concretizar mais negócios e venderem mais no estrangeiro, salienta o empresário.

A isto acresce um descontinuar da estratégia nacional ao nível da inovação com reflexos para a competitividade da economia nacional. José Pimentão dá o exemplo da Sinergiae: “A entrada de Portugal como membro da ESA permitiu abrir vagas para jovens portugueses poderem trabalhar nos mais diversos centros europeus em missões espaciais.” Agora, “muitos destes novos talentos deveriam regressar ao País que, neste momento, não os consegue cativar”, lamenta o empresário.

Fonte: Económico

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