Alexandre Soares dos Santos defendeu hoje a necessidade de “definir um rumo para o País”. E apelou à classe política para que deixe de pensar em eleições.

O presidente do Grupo Jerónimo Martins criticou esta manhã a classe política, que precisa de “deixar de pensar nas eleições” e também as manifestações politicamente organizadas, que são “passeatas” sem conteúdo.

“Não sou um grande partidário deste tipo de manifestações politicamente organizadas ou sindicalizadas. Sou a favor de manifestações que tenham conteúdo, que apresentem propostas, e que no fim da passeata apresentem alguma coisa”, disse Soares dos Santos, durante a conferência de imprensa de apresentação dos resultados do grupo.

O empresário considera “forçoso” que os políticos sintam que há uma pressão sobre eles. “Não é com Grândolas Vila Morena que a gente resolve nada. É seguramente através do diálogo, da pressão nas televisões, e do debate com jovens”, explicou.

Para Soares dos Santos, fundamental é “sentar à mesa e definir um rumo para o nosso País”. Um rumo que não seja condicionado por interesses partidários ou pessoais, e que consiga devolver crescimento à economia portuguesa.

“É esse o meu apelo à Assembleia da República, aos partidos, aos Governos. Deixem de pensar nas eleições que se aproximam, deixem apenas de pensar nos interesses pessoais e pensem no povo”, sublinhou. “Pensem no País e no futuro. Isto só se consegue a partir do momento em que haja um consenso sobre o tipo de sociedade que queremos, ouvindo as pessoas, sejam das empresas sejam as pessoas normais”.

O empresário frisou ainda que é preciso tempo para corrigir os desequilíbrios do País, e que não é “em dois ou três anos” que se implementa um novo rumo.

“A rectificação de determinados erros de estratégias demora tempo. Neste momento somos um país sem dinheiro, que dependemos de empréstimos. Temos de passar por um caminho longo de recuperação, porque não há dinheiro de borla”, afirmou. “Não se pode esquecer que o rumo é tornarmo-nos independentes. O rumo para o País demora anos, não se implementa em dois ou três anos”.

Fonte: Negócios

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