A produção vai ser deslocalizada para a Tunísia.

Esta terça-feira foi o último dia de trabalho para os 103 trabalhadores da marca alemã de peluches Steiff, que vai fechar portas em Oleiros, mas as máquinas podem não chegar a sair da fábrica, disse à Lusa o presidente do município.

A unidade vai encerrar devido à deslocalização da produção para a Tunísia, informou o autarca.

A partir de quinta-feira, as trabalhadoras entram em férias e a unidade encerra oficialmente no dia 15 de Março, disse à Lusa o presidente da câmara, José Marques, que procura uma nova empresa para o concelho.

As instalações onde a Steiff trabalhou durante duas décadas pertencem ao município, foram cedidas gratuitamente, e a maquinaria da empresa alemã poderá ficar em Oleiros.

Segundo o autarca, a firma teria “muitas despesas” para retirar equipamentos e voltar a deixar as instalações no mesmo estado em que as encontrou, pelo que “há uma concertação de esforços” e as máquinas podem vir a ficar.

O assunto está a ser discutido pelas partes, ao mesmo tempo que o espaço industrial está a ser publicitado, junto de empresários, pela câmara, pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) e pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Se a maquinaria actual ficar, “poderá ser uma ajuda” para conquistar negócios, refere José Marques, reconhecendo que há contactos em curso, mas ainda sem garantias de investimento.

Entre os trabalhadores, “vai haver muitas pessoas”, de vários concelhos, para além de Oleiros, que ficarão numa situação complicada, com o fecho da fábrica. “Só uma minoria terá acesso à aposentação depois do subsídio de desemprego”, refere José Marques, pelo que “procuram-se soluções”. Na fábrica, desde segunda-feira, “era visível um ambiente triste”, referiu, depois de um contacto que manteve com trabalhadores, quase na totalidade mulheres.

Ninguém da gerência da unidade fabril se mostrou disponível para prestar declarações à Lusa.

A Steiff foi a marca que há mais de um século criou o primeiro boneco de peluche do mundo. Em Oleiros, eram fabricados mais de 100 mil bonecos por ano e, apesar da crise, as encomendas “continuavam a crescer”, sendo muitos peluches “peças de colecção, topo de gama”, referiu fonte da empresa.

Os preços de cada boneco podem variar entre os 200 e os mil euros.

Fonte: Público

 

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