As negociações entre a Grécia e os credores decorrem em modo ‘non stop’ desde o fim-de-semana, numa derradeira tentativa de alcançar um ponto comum antes do Eurogrupo decisivo.

Mas ambas as partes continuam distantes de um acordo que permita ver a luz ao fundo do túnel. O Grupo de Bruxelas – representantes da Comissão Europeia, do Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE), do Banco Central Europeu (BCE), do Fundo Monetário Internacional (FMI), e do governo grego – esteve reunido no fim-de-semana, em Paris, e vai continuar a negociar até quarta-feira, dia em que o Euro Working Group se reúne por teleconferência para finalizar os trabalhos de preparação do Eurogrupo.

Os ministros das Finanças reúnem depois na sexta-feira, em Riga, e deveriam dar o aval ao acordo alcançado entretanto entre a ‘troika’ e Atenas. Esse era, pelo menos, o plano inicial. Mas, a dias do encontro, os responsáveis europeus assumem já que a meta não vai ser cumprida. É que continua praticamente tudo na mesma, com “progressos pequenos aqui e ali, mas a um ritmo demasiado lento”, explicou ao Económico fonte comunitária. Ou seja, frisa, “não há nada de substancial que justifique um acordo”.

Fontes do governo grego disseram à imprensa, no fim-de-semana, que havia aproximações consideráveis e que as instituições da ‘troika’ estariam já dispostas a aceitar uma meta de um excedente primário de 1,2% do PIB este ano, ao invés dos 3% que foram exigidos pelos ministros das Finanças da zona euro. No entanto, fonte próxima das negociações sublinha “essa é a posição negocial grega, não há nenhum acordo” em relação a esse valor. A mesma fonte explica ainda que as instituições da ‘troika’ continuam sem acesso suficiente a informação que lhes permita ter a certeza sobre o ponto de situação das contas públicas da Grécia e que não é possível sequer negociar as metas para este ano sem se ter a noção do real ponto de partida. O cenário de acordo a tempo de Riga parece estar afastado de vez. A solução será continuar a negociar, com Atenas cada vez mais pressionada pela falta de dinheiro.

Fonte: Económico

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