George Soros foi dos que mais participações comprou durante o primeiro trimestre do ano.

É verdade que ainda não se pode dizer que a crise já lá vai, mas as tendências estão a mudar ligeiramente no mundo dos investimentos. Acima de tudo, parece ter havido uma reforçada vaga de optimismo entre os ‘gurus’ dos mercados no primeiro trimestre do ano. Só George Soros, John Paulson e Warren Buffett entraram em mais de 70 empresas, sendo que o ‘oráculo de Omaha’ foi o mais reservado, com apenas duas entradas novas num portefólio que aposta sobretudo na área financeira – 38,3% do portefólio de 85 mil milhões de dólares de Buffett está concentrado em serviços financeiros.

Nos três primeiros meses do ano, Buffett entrou na Chicago Bridge &IronCompany e no grupo de media Starz, tendo reforçado a sua posição em alguns gigantes como Wells Fargo, Wal-Mart ou General Motors. Ao mesmo tempo, saiu da General Dynamics – fabricante de equipamento aeroespacial – e da Archer-Daniels Midland, que se dedica ao processamento de alimentos.

O portefólio do ‘oráculo de Omaha’ revela que Buffett continua a apostar nos ramos do consumo e da tecnologia, sendo que as matérias-primas representam apenas 0,5% do investimento do total da carteira do multimilionário norte-americano.

Por outro lado, John Paulson mantém o olhar optimista sobre o ouro. O investidor, cujo portefólio vale cerca de 18 mil milhões de dólares tinha, no final do primeiro trimestre, 6,9 mil milhões investidos em ouro. O metal precioso já escorregou quase 20% este ano, mas Paulson não dá sinais de desistir da aposta, e afirmou recentemente, em declarações à Bloomberg, que acredita que a forte procura por parte dos bancos centrais de países emergentes será suficiente para suportar o preço do ouro.

Para além de manter praticamente inalterado o investimento no metal amarelo, Paulson entrou em nove novas empresas relacionadas sobretudo com a indústria petrolífera, as telecomunicações e também no mercado imobiliário. O milionário acredita que o sector continuará o ritmo de recuperação que tem revelado desde o início do ano nos EUA. O portefólio de Paulson está entre os que melhor desempenho registaram nos primeiros três meses do ano, ao valorizar 14%, quando a média de crescimento foi de cerca de 5%.

George Soros, por seu lado, deu nas vistas por ter comprado muito mais posições do que as que alienou durante o primeiro trimestre, tendo entrado em 66 empresas, reforçando a aposta na área tecnológica, que é a que mais pesa, actualmente, no seu portefólio (16,4%). Soros entrou, por exemplo, no capital da CBS, do Linkedin, da Amazon, da Virgin Media ou da Cisco.

Reforçou também a sua posição em empresas como a Google, ao mesmo tempo que reduziu as posições que tinha na AIG, no Citigroup e na Apple, estando actualmente o seu investimento em empresas financeiras reduzido a apenas 2,4% do portefólio. A energia e a indústria, por seu lado, continuam na mira do investidor, cuja carteira vale actualmente cerca de 8,6 mil milhões de dólares.

Fonte: Económico

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