“Europa deve acordar princípios que protejam os países que não estão no euro”.

1 – Governação económica

“Europa deve acordar princípios que protejam os países que não estão no euro”.

Londres quer traçar uma ‘linha vermelha’ – legal e se possível blindada nos tratados – entre os países da zona euro e os que ficam de fora. “Qualquer decisão da zona euro, como a união bancária, deve ser voluntária para os países fora do euro e nunca vinculativa”, escreveu Cameron na carta ao presidente doConselho Europeu, Donald Tusk. Num momento em que Bruxelas aspira a uma cadeira única no FMI, o líder britânico frisou, desta vez no discurso de ontem, que fazer parte da NATO, do Conselho de Segurança ou do FMI é “um instrumento para ampliar o poder” britânico.

2 – Competitividade

“A resposta para cada problema não é sempre mais Europa. Por vezes é menos Europa”.

Um dos principais objectivos de David Cameron é combater a eurocracia e reduzir o número de directivas e regulamentos europeus, sobretudo para as empresas. Bruxelas tem alinhado nesta ideia. Na carta a Tusk, Cameron desafia a “UE a fazer mais para facilitar a liberdade de circulação de capital, bens e serviços”. Na frase é excluída a circulação de pessoas, apesar de ser também um dos pilares do mercado único que Londres tanto valoriza.

3 – Soberania

“Quero acabar com a obrigação do Reino Unido caminhar para uma integração cada vez maior”.

Cameron deixa claro que uma Europa mais integrada é um desígnio do passado. “Este compromisso já não se aplica ao Reino Unido.E isso deve ser formal, blindado e irreversível”, escreve o líder britânico. Neste ponto, Londres quer dar mais poder aos parlamentos nacionais na hora de aprovar decisões europeias. “Decisões europeias onde são necessárias, decisões nacionais onde forem possíveis”, refere ainda na carta, citando uma expressão usada pelo governo holandês numa missiva enviada à Comissão Europeia em 2013.

4 – Imigração

“Precisamos de controlar a imigração vinda da UE”.

O quarto e último tópico, que promete ser o mais polémico e difícil de negociar, passa por controlar a imigração com origem nos restantes países europeus. “As pressões são demasiadas (…) e não são sustentáveis”, escreve Cameron. A migração líquida no Reino Unido, continua o líder britânico, é superior a 300 mil pessoas todos os anos. “A liberdade de movimentos nunca foi um direito sem restrições”, disse no discurso na Chatham House. Na carta insistiu que é preciso “reduzir o número” de pessoas que procuram o Reino Unido. E sublinhou, por isso, que os imigrantes europeus devem trabalhar quatro anos antes de receberem apoios sociais.

Fonte: Económico

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