No final deste ano, haverá 606 mil trabalhadores, quando eram 795 mil em 2008.

Os maiores bancos do Reino Unido perderam 189 mil empregos num espaço de cinco anos. De acordo com uma análise feita pela Bloomberg, o Royal Bank of Scotland, o HSBC, o Lloyds e o Barclays vão chegar ao final deste ano com 606 mil trabalhadores, quando empregavam 795 mil pessoas em 2008.

O número de postos de trabalho gerados pelas quatro instituições financeiras este ano é o mais baixo desde 2004, ano em que o número atingiu um total de 594 mil pessoas. E a crise que se instalou no sector financeiro poderá resultar em maiores cortes no futuro, alerta a agência noticiosa.

No ano passado, os quatro maiores bancos britânicos registaram receitas de 108 mil milhões de libras (126,4 mil milhões de euros, ao câmbio actual), o que significou uma queda de 13% face a 2008. No entanto, o peso dos custos na facturação aumentou, o que deixa antever que as estratégias de redução de despesas já não estão a compensar a perda de receitas.

Os gastos com pessoal, incluindo salários e pensões, caíram 1% entre 2008 e 2012 para 37 mil milhões de libras (cerca de 43,4 mil milhões de euros). O valor compara ainda com os 25 mil milhões de libras (o equivalente a 29,2 mil milhões de euros) despendidos em 2004.

“A redução da força de trabalho é provocada por três factores: o declínio económico, o facto de a banca de investimento estar a gerar menos receitas e a necessidade de cortar custos para alcançar os lucros prometidos aos accionistas”, afirmou à Bloomberg Ismail Erturk, professor de banca na Manchester Business School-

É expectável que o emagrecimento dos quadros de pessoal continue nos próximos meses. O HSBC, por exemplo, anunciou no início de Maio que pretende reduzir os custos em três mil milhões de libras (perto de 3,5 mil milhões de euros) nos próximos três anos, deixando em aberto a possibilidade de cortar mais 14 mil postos de trabalho até 2016.

Já o Royal Bank of Scotland, o maior banco público do país, chegará ao final deste ano com menos 78 mil empregos do que em 2008. A instituição tem vindo a vender e a encerrar operações com o objectivo de regressar ao ganhos e permitir que o Estado se desfaça de parte da participação de 81%. Só em Março, o banco eliminou 14 mil postos de trabalho com a venda de parte do Direct Line Insurance Group, refere a agência noticiosa.

Os planos do Barclays para 2013 passam pela eliminação de cerca de 3700 empregos para cortar as despesas em 1,7 mil milhões de libras (dois mil milhões de euros, ao câmbio actual). O presidente executivo do banco, Antony Jenkins, chegou mesmo a afirmar que o número de trabalhadores poderá ser cortar para um terço na próxima década, por força da emergência dos serviços onçome.

E, por fim, o Lloyds, que é liderado pelo português António Horta Osório, chegará ao final deste ano com menos 31 mil trabalhadores do que há cinco anos, altura em que foi intervencionado pelo Estado na sequência de um resgate de 20 mil milhões de libras (cerca de 23,4 mil milhões de euros).

Fonte: Público

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