O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos disse hoje que os bancos portugueses estão prontos para financiar a economia “se as circunstâncias o permitirem” e que o banco público, em específico, tem condições para apoiar a internacionalização de empresas.

“Temos um sistema financeiro muito estável para apoiar uma economia em crescimento e vibrante se as circunstâncias o permitirem”, afirmou hoje José de Matos numa conferência sobre banca organizada pelo ICC (International Chamber of Commerce) Banking Commission, num hotel em Lisboa.

Segundo o presidente executivo do banco público, o sector financeiro português atingiu “todas as medidas previstas no programa” de ajustamento negociado com a troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) e está agora “muito bem capitalizado e resiliente aos desenvolvimentos do mercado”, pelo que pode apoiar a economia “se as circunstâncias o permitirem”.

Já à margem do evento, questionado pela Lusa sobre as declarações do primeiro-ministro sobre a necessidade de a banca reforçar o crédito à economia, José de Matos não quis falar sobre o assunto.

Passos Coelho disse no sábado, no final da reunião do Conselho Nacional do PSD, que irá actuar “activamente” junto dos bancos privados recapitalizados pelo Estado e pela CGD para “garantir que tudo o que eles podem fazer para reanimar o crédito à economia seja feito”, considerando que há “uma parte da recessão que está a ser causada de forma desnecessária, pela falta de crédito à economia, não obstante haver bancos capitalizados que possam assegurar esse crédito à economia”.

Ainda sobre este tema, o ex-líder do PSD Marques Mendes disse na SIC que Passos Coelho deixou na reunião do partido um “aviso importante” à administração da Caixa Geral de Depósitos para que financie mais a economia. As palavras de Passos Coelho terão sido mesmo entendidas como um ultimato à administração da CGD, cujo mandato termina este ano.

Na intervenção na conferência sobre os desafios do sector bancário a nível mundial, e especificamente sobre o banco que dirige, José de Matos destacou a melhoria dos indicadores da CGD, com destaque para o rácio de capital core tier one (medida que avalia a solvabilidade de um banco) acima de 11% e a “redução do financiamento do BCE” e o regresso, em parte, aos mercados de capitais.

Com o reforço destes indicadores, afirmou, o banco público está hoje “numa posição ainda melhor para apoiar a internacionalização das empresas portuguesas”, o que fará “em combinação com os parceiros locais em diferentes mercados e países”.

Fonte: Negócios

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