Banco já pagou 500 milhões referentes ao empréstimo de 1500 milhões feito pelo Estado

O grupo liderado por Fernando Ulrich voltou a reduzir a sua dívida ao Estado, de 1200 milhões para mil milhões de euros, depois de ter recomprado 200 milhões de euros de obrigações subordinadas de conversão contingente.

Em Junho do ano passado, o Estado emprestou ao BPI um total de 1,5 mil milhões de euros (cem milhões já tinham sido devolvidos no final de 2012, após o pagamento de outros 200 milhões, relacionados com aumento de capital) através de CoCo bonds para ajudar a instituição a reforçar os rácios de capital.

Em comunicado, o BPI anunciou que recomprou esta quarta-feira ao Estado português “200 milhões de euros de obrigações subordinadas de conversão contingente (CoCo), depois de obtida a autorização do Banco de Portugal”, pelo que “o montante de obrigações subordinadas de conversão contingente que se encontram na titularidade do Estado Português foi reduzido de 1200 milhões de euros para mil milhões de euros”.

Fernando Ulrich lembra que as obrigações “pagam juros correspondentes a uma taxa anual efectiva de 8,5% no primeiro ano, que aumenta 0,25% em cada um dos dois anos seguintes e 0,5% em cada ano posterior”. Tendo em conta que “o investimento do Estado no BPI é financiado através da linha de 12 mil milhões de euros disponível para a recapitalização dos bancos portugueses no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira, cuja taxa de juro média é de cerca de 3,3%, o Estado português está a receber uma margem de 5,2% ao ano para remunerar o risco do investimento no Banco BPI.” O banco acrescenta que o valor actual “do investimento público no BPI, no valor de mil milhões de euros, corresponde a um ganho anual para o Estado Português de cerca de 52 milhões de euros”.

O grupo presidido por Ulrich sublinha que “as necessidades de capital” do BPI resultaram “essencialmente do buffer temporário de capital para exposições a dívida soberana europeia, após a recomendação, emitida em 2011, da Autoridade Bancária Europeia (EBA)”. Em conclusão, o banco refere que “se o buffer temporário de capital para dívida soberana fosse recalculado com base na actual exposição do BPI e aos preços de mercado actuais”, então, “as necessidades temporárias de capital diminuiriam de 1184 milhões de euros em 30 de Setembro de 2011 para 493 milhões de euros em 12 de Março de 2013.” A situação permitiria “o reembolso adicional de 691 milhões de euros de obrigações subordinadas de conversão contingente subscritas pelo Estado”.

O BCP (três mil milhões), o BPI (1,5 mil milhões) e o Banif (1,3 mil milhões) pediram empréstimos ao Estado no valor de 5,8 mil milhões de euros (uma pequena parte já foi reembolsada), verba proveniente da linha pública de 12 mil milhões de euros negociada no programa de ajuda externa a Portugal. Já o Estado investiu ainda 1650 milhões de euros na CGD, neste caso directamente por ser o seu único accionista e a instituição estar impedida de usar o mecanismo europeu.

Fonte: Público

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