Abre-se o debate em relação a investimentos que aumentem a capacidade produtiva e industrial da economia europeia.

A Comissão Europeia adoptou nesta sexta-feira um Livro Verde sobre como aumentar o financiamento a longo prazo. Durante três meses, os europeus são chamados a pronunciar-se sobre a forma como se deve melhorar e diversificar o sistema de intermediação financeira – para além dos bancos – para investimentos consolidados na Europa.

Por investimento a longo prazo entende-se “gastos que aumentem a capacidade produtiva e industrial da economia,” incluindo investimentos tangíveis em infra-estruturas de energia, transporte e comunicação, empreendimentos industriais e de serviços, imobiliário, tecnologias de inovação ecológica e investimentos intangíveis na educação e investigação.

“Voltar a pôr a Europa no caminho de crescimento forte, inteligente e sustentável, criando emprego e aumentando a sua competitividade no mercado global são os desafios para o qual o investimento a longo prazo é necessário. Contudo, numa época de consolidação fiscal e aversão ao risco por parte das famílias e empresas, a disponibilidade financeira para pagar estes investimento está reduzido,” diz um comunicado de imprensa da União Europeia.

Historicamente, a Europa tem dependido muito da intermediação bancária para financiamentos a longo prazo. Porém, a recente crise tem levado à pressão para a diminuição da dívida dos bancos, provocando uma quebra no financiamento a longo prazo. O Livro Verde discute então a possibilidade de se adoptar um sistema mais diversificado. Uma das soluções passará pelos bancos de desenvolvimento. Estes bancos, criados por um país ou organização multilateral, disponibilizam financiamento para o desenvolvimento económico.

Os investidores institucionais, como as seguradoras de vida ou fundos de pensões, são outras opções para o financiamento a longo prazo e que detêm cerca de 13,8 biliões (milhão de milhões) de euros (mais de 100% do PIB europeu) em activos e o seu modelo de negócio assenta sobre períodos mais longos.

O mercado de obrigações, apesar de ter aumentado nos últimos anos, corresponde a apenas 15% da dívida das empresas, em comparação com outras economias. Medidas para melhorar o funcionamento do mercado de obrigações passará por reduzir a fragmentação do mercado por nações, desenvolver mercados de securitização e promover a criação de um mercado único europeu para obrigações.

A Comissão Europeia investigará também em que medida é que a cobrança de impostos afecta o investimento a longo prazo, tal como os princípios de contabilidade em vigor.

Fonte: Público

 

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