O cenário é negro, mas mesmo assim há empresas que estão a crescer.

Luís Onofre promete vender sapatos na América do Sul. A pêra rocha quer dar-se a conhecer aos marroquinos. E a Sinergie já conquistou o espaço, produzindo uma peça para os cientistas do CNES – o centro francês de excelência na investigação espacial. Estes são apenas três exemplos de empresas que estão a aguçar o engenho para enfrentar a crise. Mas há mais.

Apesar da recessão, nem tudo são maus exemplos no país. Há empresas nacionais que estão a dar a volta ao marcador: com a procura doméstica a cair a pique – o Banco de Portugal espera que o consumo recue para os níveis do início do milénio – houve 12 mil empresas que começaram a exportar no ano passado, de acordo com dados do Ministério da Economia. Outras, já mais musculadas no mercado internacional, aproveitaram o momento para consolidar as vendas lá fora e partir para novos destinos.

O principal inimigo das empresas tem sido a política de austeridade a que Portugal está amarrado. Sem meios orçamentais para aumentar o investimento público ou baixar impostos, o Governo tem apostado no regresso aos mercados por parte do Estado como forma de facilitar o financiamento para a economia. Se as administrações públicas prescindirem do crédito da banca, e se os preços do financiamento do próprio sistema bancário caírem, sobra mais crédito, a melhores preços, para estimular o crescimento das empresas.

Já o Presidente da República, Cavaco Silva, tem optado por procurar estímulos à confiança, visitando empresas de sucesso. “O clima de confiança é decisivo para mais investimento, para que os empresários decidam contratar mais funcionários, para que resolvam inovar e para que façam um esforço para levar a produção portuguesa para novos mercados”, defendeu o Chefe de Estado ontem, no final de uma visita à fábrica da Gelpeixe, em Loures.

Fonte: Económico

Comentários

comentários