Os novos investimentos anunciados para fábricas espanholas podem beneficiar empresas portuguesas.

Embora a crise económica europeia esteja a afectar as vendas das fabricantes de componentes para automóveis, a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) prevê que Portugal irá manter a facturação e o nível de emprego em linha com 2012, admitindo captar novos investimentos para produções que sejam deslocalizadas de outras fábricas na Europa.

“Embora ainda seja prematuro fazer previsões, estimamos que se verifiquem algumas deslocalizações para Portugal de produção de componentes para veículos, o que poderá não se traduzir num aumento, mas pelo menos na manutenção dos actuais volumes de actividade”, refere fonte oficial da associação. A AFIA realça que os recentes anúncios de investimento por parte de alguns construtores de automóveis em Espanha – Ford, Nissan, Renault e Volkswagen – podem ser benéficos para a indústria portuguesa de componentes para automóveis.

“A expectativa é que o sector se mantenha estável este ano, não se prevendo grandes flutuações quer no nível do emprego quer na facturação”, sublinha.

Quebra de 3,4% em 2012

As dificuldades económicas que se agravaram no mercado português em 2012 e que se reflectiram na indústria portuguesa de componentes para automóveis levaram a um decréscimo da facturação global.

No ano passado, o volume de negócios do sector registou “uma ligeira quebra” em relação a 2011, sendo que as estimativas da AFIA apontam para uma diminuição de 3,4% da facturação, para cerca de 7,3 mil milhões de euros.

O sector nacional de componentes para automóveis emprega cerca de 41 mil pessoas directas, o que representa 5,1% do emprego da indústria transformadora. “Este sector depende, fundamentalmente, do clima económico internacional e é um dos principais exportadores nacionais”, sublinha fonte oficial da associação.

O peso da indústria de componentes para automóveis para o Produto Interno Bruto (PIB) tem vindo a aumentar. Em 2010, o sector representada 3,6% do PIB, tendo passado a contribuir com 4,4% em 2012. Em termos de exportações nacionais, o sector foi responsável por 9,9% dos produtos exportados, uma percentagem que ascende a 5,9 mil milhões de euros, ou seja 81,8% do volume de negócios.

Alemanha (30,1%), Espanha (22,5%), França (18,3%) e Reino Unido (5,3%) continuam a ser os principais países destino dos componentes portugueses.

A indústria de componentes portuguesa fornece directamente os principais construtores (BMW, Daimler, Fiat, Ford, General Motors, PSA Peugeot Citroën, Renault, Toyota e Volkswagen) e também os principais fornecedores de sistemas e módulos (Bosch, Continental, Delphi, Faurecia, Johnson Controls, Mahle, TRW, Visteon, entre outros).

Fonte: Económico

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