Anúncio foi feito por economista do Governo chinês, que diz que o crédito disponibilizado pelo Estado às empresas pode tornar-se “fatal”.

O montante total de empréstimos na China atingiu mais do dobro do Produto Interno Bruto (PIB), em 2015, afirmou esta quinta-feira um economista do governo chinês, considerando que o crédito disponibilizado pelo Estado ao setor corporativo pode revelar-se “fatal”.

A dívida da China tem explodido à medida que Pequim tornou o crédito mais barato e acessível, num esforço para incentivar o crescimento económico.

Enquanto o estímulo é visto como positivo para melhorar os números de crescimento a curto prazo, muitos analistas apontam para a insustentabilidade deste modelo.

No final do ano passado, o endividamento do “gigante” asiático atingiu os 168,48 biliões de yuan (23,6 biliões de euros), o equivalente a 249% do PIB, segundo Li Yang, pesquisador da Academia de Ciências Sociais da China.

Fontes ocidentais estimam um valor superior

Em meados de 2014, a consultora McKinsey Group afirmou que, no conjunto, o endividamento da China atingiu os 28 biliões de dólares (24,8 biliões de euros).

Segundo Li, o maior risco reside no setor corporativo não financeiro, no qual a proporção da dívida em relação ao PIB é estimada em 156%, incluindo as dívidas contraídas por mecanismos de financiamento dos governos locais.

“Muitas das companhias em questão são empresas estatais que contraíram grandes empréstimos em bancos públicos, podendo implicar riscos sistémicos para a economia”, acrescentou.

“O mais grave na

[dívida] corporativa não financeira da China é que, se houver problemas com esta, o sistema financeiro chinês sentirá problemas imediatamente”, realçou Li.

O problema afetará também os cofres do Estado, porque os bancos chineses estão “estreitamente vinculados ao governo”.

“É uma questão fatal para a China. Devido a esta ligação, é provavelmente mais urgente para a China do que para outros países resolver a questão da dívida”, afirmou.

No início desta semana, o número dois do Fundo Monetário Internacional (FMI), David Lipton, referiu também a “grande preocupação” da entidade com a dívida corporativa da China.

“Resolver esta questão é imperativo para evitar problemas no futuro”, afirmou.

A economia chinesa cresceu 6,9%, em 2015, o ritmo mais lento dos últimos 25 anos.

A prosperidade económica é vista como essencial para assegurar a estabilidade social, uma preocupação constante do governo de partido único na China.

Após a crise financeira global de 2008, a China assumiu-se como o principal motor de crescimento da economia mundial.

Fonte: Expresso

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