Missão empresarial organizada pela AEP leva 10 empresas portuguesas do sector têxtil e agroalimentar aos Estados Unidos.

Dez empresas portuguesas iniciam este domingo uma missão empresarial aos Estados Unidos à procura de novas oportunidades de negócio, aproveitando o impulso das exportações portuguesas para aquela geografia numa altura em que os destinos tradicionais de exportações portuguesas, como Angola e o Brasil, estão em crise.

A missão comercial, promovida pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), vai estar nos próximos dias em Nova Iorque, segundo o comunicado da associação. Os Estados Unidos são atualmente o maior cliente português fora da União Europeia, tendo ultrapassado Angola e o Brasil.

Em 2015 os EUA assumiram a posição de Angola como maior destino de exportação nacional fora da UE. Segundo dados do INE revelados esta semana, as exportações atingiram os 2,567 mil milhões de euros, um aumento de 22% face a 2014, fruto da queda de 33,9% nas exportações para Angola, para cerca de 2,1 mil milhões de euros.

Porém, segundo dados da AICEP, no primeiro semestre deste ano as vendas portuguesas ao mercado norte-americano recuaram 6,7% relativamente ao mesmo período do ano passado, caindo de 1.255 mil milhões de euros para 1.170 milhões, numa altura em que os economistas acreditam que a solução para a economia nacional passa pela aposta nas exportações.

A missão empresarial integra empresas da área do têxtil e indústria agroalimentar. No sector têxtil e de vestuário marcam presença a empresa B. Sousa Dias & Filhos, a Têxteis Giestal, a Têxteis Massal e a Malhas Queiroga. A fabricante de calçado Amadois também faz parte da comitiva.

Na área industrial estará presente a empresa de equipamento para climatização Vieira & Lopes e quatro empresas açorianas agroalimentares: a Fábrica de Licores Eduardo Ferreira, a Insulac, a Quinta dos Açores e a Arquipélago de Sabores, numa aposta nos lacticínios e produtos ‘gourmet’ açorianos.

“Os indicadores económicos mais recentes e as tendências de consumo tornaram os Estados Unidos num mercado apetecível para as empresas portuguesas que produzem com qualidade e têm um posicionamento ‘premium’”, diz Mónica Moreira, diretora da AEP Internacionalização, estrutura que operacionaliza o programa associativo “Business on the way 2016”, em que se insere esta missão empresarial.

O incremento das vendas aos Estados Unidos pode “amortecer com relativa facilidade as quebras das exportações portuguesas para destinos como Angola e Brasil, onde a descida do preço do petróleo tem tido um impacto negativo nas relações comerciais bilaterais”, acrescenta a responsável.

Ciclo longo de crescimento das exportações quebrou no primeiro semestre deste ano

Nos últimos cinco anos, as exportações portuguesas para os Estados Unidos cresceram 14,8%, tendo passado de 1,496 mil milhões de euros, em 2011, para mais de 2,567 mil milhões de euros no ano passado.

No mesmo período, o saldo comercial passou de 131,1% para 265,8%, uma vez que ao crescimento das exportações correspondeu uma quebra nas importações.

Fonte: Dinheiro Vivo

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