Em 2014, o encerramento de empresas caiu mais de 13% para o valor mais baixo desde 2007. Ao mesmo tempo, a criação de novos negócios continuou a crescer. No ano passado, por cada empresa que encerrou portas, 2,5 nasceram.

2014 foi um ano de viragem para as empresas portuguesas, que marcou o retorno para os níveis pré-crise de nascimentos, encerramentos e insolvências.

De acordo com os dados da Informa D&B, divulgados esta segunda-feira, os encerramentos desceram 13,2% no ano passado, para 13.952 – o valor mais baixo desde 2007. Por outro lado, o rácio nascimentos/encerramentos foi o mais elevado dos últimos sete anos. Em 2014, por cada empresa que encerrou actividade, nasceram 2,5 novas entidades.

Isto porque, além do número de encerramentos ter caído significativamente, o número de nascimentos deu continuidade à tendência positiva iniciada em 2013. No ano passado, foram criadas 35.568 novas empresas, um número muito semelhante ao verificado no ano anterior. Ao mesmo tempo, as insolvências caíram 20,6% – passando de 5.545 para 4.401.

A dinâmica empresarial portuguesa passou por grandes alterações durante os dois primeiros anos do resgate financeiro, 2011 e 2012, verificando-se uma subida de encerramentos e uma escalada no número de insolvências, que atingiram o valor mais alto desde 2007.

De acordo com os dados da Informa D&B, em 2011 e 2012, os encerramentos e as insolvências subiram 17% e 32%, respectivamente. Depois do ano de 2012 atingir o valor mais elevado de encerramentos (19.080), 2013 iniciou a inversão desta tendência, voltando a valores pouco acima dos 16 mil em 2013 e próximos dos 14 mil em 2014.

Nascimento de empresas mantém crescimento

A criação de novas empresas em 2013 e 2014 atingiu valores acima das 35 mil em cada ano, dos números mais altos desde 2007.

A subida foi especialmente expressiva no sector do Alojamento e Restauração que, no final de 2014, foi o terceiro sector com mais empresas criadas a seguir aos Serviços e ao Retalho.

Encerramentos e insolvências em queda desde 2013

O encerramento de empresas manteve a queda verificada desde 2013, registando em 2014 o valor de 13.952, o mais baixo desde 2007.

No entanto, é nas insolvências que os valores registam uma inversão mais notória. Nos dois primeiros anos do programa de assistência financeira, as insolvências mantiveram a subida que se registava desde 2007, atingindo o valor mais elevado em 2012, com 5.924 processos iniciados.

O ano de 2013 mostra, pela primeira vez, uma inversão desta tendência desde 2007, apresentando uma descida ainda mais acentuada em 2014 (-20,6%). Também os sectores com maior número de insolvências se alteraram nos últimos anos: em 2007, as Indústrias Transformadoras concentravam 32% das insolvências, seguidas da Construção (19%); a partir de 2012, o sector da Construção (22%) passou a liderar esta lista, seguido das Indústrias Transformadoras (20%) e do Retalho (17%).

 

Fonte: Negócios

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