O endividamento das empresas continua a cair, mas a um ritmo insuficiente para reduzir o seu peso no produto interno bruto nacional. Os dados do Boletim Estatístico do Banco de Portugal, ontem divulgados, mostram que, em março de 2013, as empresas privadas deviam 305,6 mil milhões de euros, menos 789 milhões do que em dezembro passado. Face ao ano anterior, a diminuição é de 2,1 mil milhões. No entanto, o peso no PIB subiu de 179,9% para 186,8%.

Significativo a ter em conta é que, dos 305,6 mil milhões de endividamento total das empresas privadas portuguesas, só 123,5 mil milhões foi obtido junto do sector financeiro residente. A maior parcela, no valor de 21,2 mil milhões (mas inferior em 3,8 mil milhões do que em dezembro de 2011) é do sector da construção, seguindo-se as sociedades gestoras de participações sociais com 20,1 milhões. As indústrias transformadoras e extrativas deviam, em março, à banca nacional 17,8 mil milhões de euros.

Quanto ao crédito de cobrança duvidosa, ultrapassava já, em março, os 11 mil milhões, um aumento de um milhão face a dezembro de 2012 e de 4,1 mil milhões em relação a dezembro de 2011. Só a construção e as atividades imobiliárias, em conjunto, são responsáveis por quase seis mil milhões de malparado.

Mais significativa, ainda, é a diminuição do endividamento das famílias portuguesas, que baixou quase dois mil milhões de euros no primeiro trimestre do ano. Se compararmos com o final de 2011, a redução é já superior a nove mil milhões de euros. No total, as famílias portuguesas deviam, em março, 164,36 mil milhões de euros, o equivalente a 100,4% do produto interno bruto. Em dezembro de 2011, a dívida das famílias era de 173,5 mil milhões, ou seja, representava 101,5% do PIB. Um ano depois situava-se nos 166,17 mil milhões de euros (100,5% do PIB).

O crédito à habitação continua a ser a principal fatia do endividamento das famílias, representando 71% do total. Em março, o montante em dívida referente a habitação ascendia a 117,3 mil milhões. O crédito de cobrança duvidosa na habitação totalizava 2,26 mil milhões, um aumento de sete milhões no trimestre.

Fonte: Dinheiro Vivo

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