Cresce o pessimismo em relação à economia global e EUAsurgem como o porto seguro dos investidores para este ano.

Há mais de cinco anos que os investidores mundiais não estavam tão positivos em relação ao mercado norte-americano, uma espécie de porto seguro em 2015 perante uma economia global em deterioração. Em contrapartida cresce o pessimismo em relação à zona euro, mas também Japão, Brasil e Rússia.

Um dia depois de Barack Obama ter afirmado o sucesso das suas políticas económicas no discurso anual do Estado da Nação, mais de metade dos investidores mundiais inquiridos pela Bloomberg na semana passada, parecem partilhar do optimismo do presidente dos EUA. 54% acreditam que será o mercado norte-americano a oferecer os melhores retornos nos próximos 12 meses. Trata-se do maior consenso registado nesta questão desde que a mesma começou a ser colocada no inquérito, em Outubro de 2009. “Os EUA vão beneficiar da procura por activos refúgio”, explica o director geral da Schroders Equities em Munique, um dos participantes no inquérito. Mais de metade dos investidores estimam uma subida do S&P 500 durante os próximos seis meses, enquanto 25% acreditam numa descida do índice.

Em contrapartida, cresce o pessimismo em relação à zona euro. É mesmo a região com as piores perspectivas de investimento para 2015 a seguir à Rússia, e a par do Brasil. Quase dois terços dos investidores consideram que a economia do euro está a deteriorar-se, o valor mais alto desde Novembro de 2012, quando era a crise nos países periféricos que alimentava os piores receios. Isto num momento em que a Grécia, prestes a realizar novas eleições, reaviva medos do passado, levando mesmo 31% dos investidores a acreditarem numa saída do euro até meados de 2017. Se acontecer já não terá o efeito sistémico do passado, com o impacto negativo a ficar circunscrito às economias mais vulneráveis do euro, como é o caso de Portugal, dizem os investidores.

Já no dia em que o mundo aguarda o anúncio de um programa de ‘quantitative easing’ por parte do Banco Central Europeu, 94% dos inquiridos classificam a desinflação/deflação como uma das maiores ameaças para a economia europeia, enquanto 52% vê a política monetária do euro como demasiado acomodativa.

A maioria dos mercados emergentes também não reúne boas perspectivas para este ano. Mais de 50% dos investidores acreditam que a Rússia será uma das regiões com piores retornos em 2015, enquanto um em cada quatro participantes aponta o Brasil como um dos piores mercados para investir nos próximos 12 meses. Já a China, cuja economia continua a dar sinais de desaceleração, recolhe 20% dos votos no campeonato dos mercados com piores oportunidades de investimento em 2015. A excepção nos emergentes parece mesmo ser a Índia, com 30% dos investidores confiantes nos retornos deste mercado nos próximos meses, o que é o nível de consenso mais elevado em quatro anos.

 

Fonte: Económico

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