Através do Fundo Revitalizar Norte, a “private equity” entrou no capital da jovem empresa do Porto, que rejeita divulgar a percentagem de capital alienada nesta operação.

A Explorer Investiments investiu 1,5 milhões de euros na Smarkio, uma plataforma de integração e optimização de marketing e vendas que agrega tecnologias como e-mail marketing, SMS, “”online reports” e outras ferramentas de marketing digital.

O investimento feito pela “private equity” através do Fundo Revitalizar Norte (FRN) foi anunciado esta quinta-feira, 21 de Abril, pela empresa criada em Junho de 2015 no Porto. Contactada pelo Negócios, fonte oficial da Smarkio rejeitou divulgar a percentagem da participação no capital que foi adquirida pela Explorer, com o argumento de que essa informação é “confidencial”.

Foram as “projecções ambiciosas” feitas para este negócio, que faz parte do recém-formado grupo Impacting, que chamaram a atenção do fundo de capital de risco público, que é a entidade gestora do FRN. O director da Smarkio para o mercado europeu, Nuno Morais, frisa que este investimento “vai permitir acelerar a expansão do negócio a nível comercial, aumentando a capacidade de vendas e atendimento a clientes”.

A empresa tem escritórios no Porto e no Brasil (São Paulo e Itajubá), onde trabalham cerca de três dezenas de pessoas. No portefólio da empresa estão clientes portugueses como a EDP, Giovanni Galli e Prozis, e também o Itaú, Citibank, Uol, Porto Seguro, Grupo Caelis  e a Ace Seguradora, no Brasil.

“Inicialmente, a estratégia passou por provar o nosso conceito em grandes clientes. O que fizemos com sucesso, pois estamos ainda a crescer nesse mercado. Mas agora vamos também investir em clientes de outras dimensões e perfis, provando que também aí somos um ‘player’ com soluções, podendo ser um parceiro relevante para muitas marcas”, defendeu Nuno Morais, citado numa nota à imprensa.

Os fundos e a “holding”

Os Fundos Revitalizar, criados em 2012, são instrumentos de capital de risco que visam promover o crescimento e expansão das PME. Com uma dotação global de 220 milhões de euros, que apresentavam já uma taxa de execução de 94,3% no final do ano passado, o financiamento é coberto, em partes iguais, por fundos comunitários e por sete instituições bancárias – CGD, BPI, Novo Banco, BCP, Banif, Montepio e a Caixa Central de Crédito Agrícola.

Existem três Fundos Revitalizar, que estão distribuídos pelas três grandes regiões do país, sendo geridos pelas capitais de risco Capital Criativo (Revitalizar Sul, incluindo as regiões de Lisboa, Alentejo e Algarve), Oxy Capital (Revitalizar Centro) e Explorer (Revitalizar Norte), que, entre outros, tomou o controlo da Pagaquiem conjunto com o Banco Carregosa e participou no relançamento da Throttleman. Os do Norte e do Centro foram dotados com 80 milhões de euros cada, enquanto o do Sul ficou com uma carteira de 60 milhões para investir.

A Smarkio, que entra agora na carteira do Revitalizar Norte, é um dos projectos que nasceram em áreas complementares dentro da tecnológica portuguesa Adclick, que controla sites e redes sociais em todo o mundo e facturou 6,5 milhões de euros em 2015. Como o Negócios noticiou a 21 de Janeiro, para “precaver conflitos de interesses” constitui uma “holding” para autonomizar e arrumar os vários projectos.

Com sede no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), o grupo Impacting integra também a Adclick Brasil, a Beeleads e a Wondeotec. A empresa-mãe foi criada em 2007 por três engenheiros (dois industriais e o outro de informática) – Nuno Morais, Pedro Roque e Cláudio Fernandes – que largaram os empregos no estrangeiro para lançar o seu próprio negócio em Portugal.

Fonte: Negócios

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