Carlo Cottarelli (na foto), director executivo do FMI para Portugal, critica declarações “inapropriadas” dos técnicos do Fundo no relatório da primeira avaliação pós-programa à economia portuguesa.

Que as críticas e algumas declarações do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre Portugal não caiam bem ao Governo português, é natural. Mas o relatório da primeira avaliação do pós-troika tem palavras que não caíram bem dentro do próprio FMI.

O director-executivo do Fundo para Portugal, Carlo Cottarelli, e a sua conselheira, Inês Lopes, consideram que alguns dos avisos dos seus técnicos são “inapropriados”. “A repetida sugestão de que o ciclo eleitoral está a obstruir o processo de reforma é inapropriada”, pode ler-se na declaração de Cottarelli e Lopes que acompanha o primeiro relatório pós-programa do FMI sobre Portugal.

“As eleições são uma característica bem-vinda dos regimes democráticos e não devem ser apresentadas como acontecimentos disruptivos dos processos de reforma”, acrescentam.

Mas as palavras duras do director-executivo para com o seu ‘staff’ não ficam por aqui. Numa altura em que subiram de tom as críticas do FMI e da Comissão Europeia sobre uma travagem no ritmo do ajustamento em Portugal, Cottarelli diz que os técnicos de Washington não fazem os devidos elogios ao país: “O relatório poderia reflectir melhor outros resultados-chave alcançados desde 2011, sobretudo em termos do reequilíbrio externo e do ajustamento orçamental”.

Na sequência da primeira visita da troika a Portugal depois do fim do programa de ajustamento, a Comissão Europeia e o FMI mostraram preocupação com o “abrandamento do ritmo” do ajustamento e com algumas reformas estruturais que, dizem, dão sinais de estarem a ser revertidas.

 

Fonte: Económico

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