Momento positivo dos mercados foi aproveitado pela entidade que conseguiu um retorno de 7,6%.

As boas condições do mercado de acções e de dívida permitiu ao fundo soberano da Noruega aumentar o seu valor em 2014. No ano passado, os retornos da entidade que aplica nos mercados as receitas do país com petróleo foram de 7,6%, o equivalente a 60,3 mil milhões de euros. O fundo passou para um valor de mercado de 713,2 mil milhões de euros, mais do dobro do registado em 2010.

Os maiores ganhos, em termos percentuais, foram conseguidos por uma classe de activos que o fundo decidiu adicionar recentemente, a do imobiliário. Os investimentos neste sector, que representam 2,2% do total do valor gerido pelo fundo, renderam 10,4%.

No mercado accionista, que tem um peso de 61,3% do património do fundo, a rendibilidade conseguida foi de 7,9%. Já nas obrigações a valorização situou-se em 6,9%. A esta classe de activos é destinado 36,5% do poder de fogo do fundo soberano.

Apesar dos retornos positivos, a gestão do fundo soberano da Noruega admitiu que quando comparado com o desempenho dos principais índices, “o retorno relativo foi mais fraco que em anos anteriores. O retorno geral dos investimentos em acções e taxa fixa foi 0,8 pontos percentuais mais baixo que o retorno dos índices de referência”. A gestão do maior fundo soberano do mundo explicou esses factor “principalmente pelo maior peso dado às acções europeias e às maturidades mais curtas dos investimentos em taxa fixa detidos pelo fundo, quando comparados com os índices de referência”.

Na parte de acções, o fundo tem 41,7% destinado do valor alocado em bolsas europeias. Já as cotadas dos EUA absorvem 35,4% dos investimentos em bolsa da entidade. No ano passado as acções norte-americanas bateram as pares europeias. O índice S&P 500 ganhou mais de 11% em 2014, o que compara com a valorização de 4,35% obtida pelo índice que agrupa as 600 empresas mais representativas do Velho Continente, o Stoxx Europe 600. O fundo tem posições em 2.058 cotadas europeias e 2.429 cotadas dos EUA.

Nas acções, os sectores a que o fundo tem uma maior exposição são o financeiro, o industrial e o de bens de consumo. Das dez maiores posições, seis são em cotadas europeias (Nestlé, Novartis, Royal Dutch Shell, Roche, HSBC e Daimler) e quatro em cotadas dos EUA (Apple, BlackRock, Microsoft e Exxon Mobil).

Apesar de estas serem as empresas em que o fundo tem mais dinheiro investido, relativamente ao peso no capital das empresas, as ‘top picks’ são outras. O fundo norueguês detém mais de 9% da irlandesa Smurfit Kappa, da área de papel e cartão, e que detém dias fábricas em Portugal. Detém ainda mais de 8% da produtora de pasta e papel finlandesa Stora Enso. O sector do papel aparenta ser uma das apostas do fundo, já que em Portugal a entidade detém mais de 4% da Semapa, que tem ligações ao sector através da Portucel, e da Altri. Na bolsa nacional o fundo tem ainda mais de 3% da Ibersol e da PT SGPS.

 

Fonte: Económico

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