A Galp pediu à Direção Geral de Energia (DGE) para prolongar a concessão de exploração de petróleo ao largo do Alentejo por um ano, porque precisa de mais tempo para analisar a informação recolhida. Um pedido que atira para 2014 a decisão de avançar ou não com a perfuração de um poço.

“No contrato original tínhamos a obrigação de decidir, este ano, se íamos perfurar ou abandonar o bloco. O que decidimos foi não perfurar, entregar à DGE as razões porque decidimos não o fazer e ainda dizer que, para interpretar a informação recolhida, precisamos de mais um ano”, disse o CEO da Galp, Ferreira de Oliveira, ontem na apresentação dos resultados do primeiro trimestre.

É que, segundo o responsável da empresa, não há ainda certeza de que haja petróleo em Portugal. “Não temos dados geológicos que nos permitam dizer  que temos um risco da ordem dos 20% e portanto temos de analisar mais a informação geológica e isso demora tempo”, disse.

Contudo, o CEO da empresa garante que não precisam de mais informação porque, desde que o projeto arrancou, em 2012, a Galp recolheu dados geológicos de muito boa qualidade. “Recolhemos amostras do fundo do mar e não precisamos de mais dados, mas sim de os analisar”.

A bola está agora do lado do Estado que , diz Ferreira de Oliveira, “tem de analisar se quer manter a concessão”. Contudo, alerta que “se a reposta for negativa, a Galp não pode avançar para um projeto de 200 ou 250 milhões de dólares

[153 a 191 milhões de euros] sem acabar de analisar a informação”.

Ainda assim, não parece haver, pelo menos para já, qualquer intenção em abandonar o projeto em Portugal. “Imagine que a Galp descobria petróleo na bacia do Alentejo e em Marrocos [onde começam a perfurar em 2014] isso resolvia muitos dos nossos problemas”, disse Ferreira de Oliveira. Além disso, a experiência mostra que não se deve desistir sem analisar bem a informação. No Brasil, a probabilidade de encontrar petróleo era de 10% e descobriram uma das maiores reservas do mundo.

Lucros sobem 51%

A Galp fechou o primeiro trimestre com lucros de 75 milhões de euros, mais 51% que no mesmo período de 2012, e com um EBITDA de 253 milhões, mais 24% que no ano passado. Números que se explicam pelos negócios da Galp no exterior, como a produção de petróleo no Brasil – que cresceu  21% – e a venda de gás no mercado internacional, que cresceu 15,4%. Ou ainda com as exportações, que cresceram 17%, para 1041 milhões.

“Se a Galp estivesse só em Portugal estava em maus lençóis”,disse Ferreira de Oliveira, acrescentando que, 69% do EBITDA já é gerado lá fora e que espera chegar ao final deste ano com exportações de quatro mil milhões. É que, apesar dos bons resultados , em Portugal e em Espanha, o consumo de combustíveiscontinua a cair e neste timestre a quebra foi de 11% e 13% respetivamente. Isto reflete-se nas vendas da empresa que, no caso dos combustíveis, caíram 10% em Portugal e 13% em Espanha.

Fonte: Dinheiro Vivo

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