A Galp Energia inaugura hoje as obras de conversão da refinaria de Sines, um projeto que lhe vai permitir reforçar e diversificar a produção de combustíveis e ainda aumentar as exportações, principalmente em 2014, depois dos novos equipamentos terem funcionado um ano em pleno.

No final desse ano, além do que já produz hoje, a Galp estará a processar mais 2,7 milhões de toneladas de gasóleo do que atualmente, das quais 1,8 milhões de toneladas serão para vender no exterior, se o consumo nacional se mantiver igual ao do ano passado. Se o consumo descer entretanto devido ao agravar das condições económicas, o volume de exportações poderá ser ainda maior.

Até agora, a petrolífera refinava e exportava maioritariamente gasolina e fuel para mercados como os Estados Unidos, e não só não vendia gasóleo para o exterior como não produzia o suficiente para abastecer o mercado nacional, obrigando a importá-lo da Rússia.

Estas metas só são possíveis porque, com as obras de conversão, a refinaria de Sines passa a poder refinar todo o tipo de petróleos e até transformar crudes de pior qualidade e mais baratos em produtos de topo, como o gasóleo, cuja procura tem aumentado bastante, principalmente na Europa.

Além disso, as obras em Sines, que custaram 1050 milhões de euros, mais as da refinaria de Matosinhos, avaliadas em 350 milhões de euros, vão permitir que as duas unidades trabalhem em conjunto, trocando produtos entre si. Sines especializa-se, assim, na produção de combustíveis e Matosinhos foca-se na produção de óleos e químicos, que são também mais procurados agora pelos mercados internacionais e, por isso, serão na sua maioria para exportar. Acresce ainda o facto de que, com os ganhos de eficiência conseguidos com as obras e com a construção das centrais de cogeração, a Galp consegue evitar a importação de um milhão de barris de crude que eram usados nas refinarias.

É por isso que a petrolífera portuguesa estima que o investimento total de 1,4 mil milhões, que efetuou nas duas refinarias nos últimos dois anos, tenha um impacto na balança comercial do país entre 250 e 450 milhões de euros, consoante as margens de refinação.

Fonte: Dinheiro Vivo

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