A venda de “100% da área de seguros” da Caixa Geral de Depósitos foi aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros. O Governo vai dar prioridade “à alienação em conjunto”, mas não fica descartada uma dispersão de capital em bolsa, sublinhou o ministro da Presidência.

O Conselho de Ministros (CM) aprovou esta quinta-feira a privatização da Caixa Seguros, “holding” seguradora da CGD. O objectivo do Executivo é fazer “a alienação do conjunto dos activos” seguradores do grupo Caixa, por ser o “modelo que assegura a unidade estratégica” deste negócio, justificou Luís Marques Guedes.

“A primeira tentativa será a alienação em conjunto” e de “100% dos activos”, sublinhou o ministro da Presidência no final da reunião ministerial, esclarecendo que o Governo está convicto de que haverá uma “mais-valia” neste modelo de alienação.

O CM estipulou que a privatização deve ser feita “através de uma venda directa, num processo competitivo”, sendo que para o Governo o “ideal” seria uma única instituição comprar todos os activos a alienar. Esta foi a opção escolhida pelo facto de o Governo entender que a “alienação em conjunto” dos activos “é vantajosa para o comprador” e beneficia a realização de mais-valia da operação.

No entanto, está ainda previsto que os trabalhadores das companhias de seguros da CGD possam adquirir até 5% do capital da “holding” e a possibilidade de serem vendidas participações minoritárias através da dispersão em bolsa. “Não é descartada a hipótese de haver venda directa a institucionais, com a obrigação de colocar em bolsa parte dessa participação”, disse o ministro, ressalvando que “o que está previsto” é a operação ser concretizada “através de venda directa a investidores de referência”.

Marques Guedes não se comprometeu com prazos do processo de venda das seguradoras da CGD, afirmando contudo que o objectivo passa por ter a operação concluída este ano. Adiantou que o diploma aprovado pelo Executivo segue agora para promulgação por parte do Presidente da República, sendo a expectativa que no mês de Junho se inicie o processo, com a escolha dos assessores financeiros da operação.

“Esta decisão permite dar cumprimento às medidas previstas no Programa do Governo Constitucional e no Programa de Assistência Económica e Financeira que envolve Portugal, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional, em matéria de racionalização da estrutura do grupo CGD”, refere o comunicado do Conselho de Ministros.

O ministro da Presidência lembrou que um dos objectivos desta operação passa por a CGD se concentrar no seu “core business”, que é a actividade bancária. A Caixa Seguros agrega as seguradoras Fidelidade, Multicare, OK Teleseguros. No mês de Março o banco estattl tinha já alienado a unidade de hospitais, aos brasileiros da Amil, que estava tabém definida no memorando de entendimento assinado com a troika.

Fonte: Negócios

Comentários

comentários