Vai ser uma semana preenchida para a Grécia. Além dos reembolsos, Atenas vai tentar vender mil milhões de euros de dívida de curto prazo na quarta-feira. Já na quinta-feira, o BCE vai rever a linha de emergência de liquidez aos bancos gregos, enquanto os líderes europeus reúnem-se em Bruxelas.

A Grécia vai ter de pagar dois mil milhões de euros aos seus credores na sexta-feira. Com o tempo a escassear, e com os cofres públicos a ficarem vazios, o Governo vai apresentar um plano de emergência no parlamento helénico esta terça-feira, 17 de Março.

O objectivo do Executivo de Alexis Tsipras é encontrar novas fontes de financiamento depois de ter efectuado um reembolso de 500 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) na segunda-feira.

Fora dos mercados financeiros – e sem poder aceder aos 7,2 mil milhões de euros dos parceiros europeus sem antes ver aprovadas, e implementadas, as reformas – a Grécia precisa assim de quase dois mil milhões de euros até sexta-feira.

Atenas vai ter de pagar 350 milhões de euros ao FMI e mais 1,6 mil milhões de euros em dívida de curto prazo que expira nesse dia. Se efectuar os reembolsos, a Grécia verá a tensão aliviar até Abril, quando tiver de pagar mais de 2.800 milhões de euros.

O Governo de Alexis Tsipras vai assim ter uma semana preenchida. Além dos reembolsos, Atenas vai aos mercados na quarta-feira vender mil milhões de euros em dívida de curto prazo.

Depois, na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) vai rever a posição de liquidez dos bancos gregos podendo aumentar, ou não, a linha de emergência de liquidez (ELA) que já alcança os 68 mil milhões de euros. No mesmo dia, os líderes da União Europeia reúnem-se em Bruxelas, onde a situação na Grécia deverá estar em cima da mesa.

Já na próxima segunda-feira, Alexis Tsipras voa para Berlim para se reunir com Angela Merkel, num momento em que a tensão entre a Alemanha e a Grécia agudizou.

Perante este cenário, a possibilidade da Grécia sair do euro está a aumentar, aponta o Morgan Stanley, ao considerar que existe uma probabilidade de 25% de “Grexit” nos próximos seis meses.

“A situação da Grécia está a deteriorar-se rapidamente. A economia está agora a encolher, as receitas fiscais não cumprem as metas, os depósitos dos bancos estão a deixar o sistema e a volatilidade política está a aumentar”, escreveu o economista do banco norte-americano, Daniele Antonucci, numa nota hoje divulgada e citada pela Bloomberg.

Por seu turno, a Moody’s aponta que, por um lado, a actual tensão entre Atenas e os credores internacionais ainda não produziu contágio a outros países, mas, por outro, a situação poderá mudar radicalmente se o “Grexit” tiver lugar.

“A saída da Grécia da Zona Euro ainda pode ter sérias consequências para a Zona Euro como um todo e na periferia em particular”, escreve a agência de notação financeira numa nota publicada esta terça-feira.

Fonte: Negócios

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