A partir de domingo, e ao longo de seis dias, empresários ligados à pedra, ao azeite, às tecnologias de informação e às construções metálicas vão contactar com 60 empresas cubanas.

Uma semana depois de a administração norte-americana ter dado os primeiros passos para restabelecer ligações diplomáticas com Cuba, dez empresas portuguesas aterram este domingo em Havana para a primeira missão empresarial da Associação Industrial Portuguesa (AIP-CCI) no país.

“Foi uma coincidência muito feliz”, considera Paulo Caldas, director de internacionalização da AIP, que vê na distensão entre os dois inimigos históricos uma oportunidade “para as empresas europeias e portuguesas, especialmente as que já têm relações positivas com a América Latina”.

Ao longo de seis dias, empresários de sectores como a pedra, o azeite, as tecnologias de informação e as construções metálicas, vão contactar com 60 empresas cubanas, na esperança de entrar num mercado com 11 milhões de habitantes e uma economia que deve crescer mais de 4% este ano mas onde ainda permanecem desafios, como a dependência do sector público e a rigidez no mercado laboral.

Melne Hernandez, primeiro secretário da Embaixada de Cuba em Portugal, classifica de “maravilhoso” o interesse dos empresários portugueses, sobretudo quando o país procura “actualizar a sua economia” através da diversificação de mercados e da modernização. Mas pede que não se fiquem pelas exportações e invistam directamente no país, em áreas como o agro-alimentar e o turismo.

Cuba precisa de criar mais 20 mil quartos e 15 campos de golfe para poder receber os três milhões de turistas norte-americanos que podem passar a viajar para o país depois do fim do embargo às viagens e esta pode ser uma oportunidade para os portugueses, considera o diplomata.

Nos últimos dois anos a crise internacional afectou a relação comercial entre Lisboa e Havana. O 66.º parceiro comercial de Portugal comprou aqui 31,7 milhões de euros até Novembro de 2014, um recuo em relação ao mesmo período de 2013 e de 2012.

 

Fonte: Económico

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