As palavras de Mario Draghi reforçaram a confiança dos investidores. Apesar de não terem saído novas medidas da reunião do banco central, o presidente sugeriu que podem vir a ser aprovadas novas medidas de estímulo no início do próximo ano.

O juro da dívida de longo prazo de Portugal voltou a bater um mínimo. Pela terceira sessão consecutiva. A taxa de juro a 10 anos de Portugal recua 5,3 pontos base para 2,749% no mercado secundário na sessão desta sexta-feira, 5 de Dezembro.

Desde a sessão de quarta-feira, 3 de Dezembro, que o juro a 10 anos bate mínimos históricos. Nesse dia superou os 2,787% registados no dia 28 de Novembro e alcançou os 2,772%, um mínimo desde 1997, início da série histórica da Bloomberg.

É o efeito do Banco Central Europeu (BCE). Apesar de não terem saído novas medidas da reunião de ontem da autoridade monetária, os investidores acabaram por ficar animados com as palavras de Mario Draghi.

O presidente Mario Draghi disse que o banco central poderia alterar “no início do próximo ano, o tamanho, ritmo e composição” das actuais medidas de estímulo, e que existe unanimidade no conselho do BCE para aprovar medidas não convencionais para combater a baixa inflação e estimular a economia real.

É de destacar, no entanto, que os mercados reagiram ontem de forma negativa num primeiro momento, após a conferência de imprensa de Mario Draghi. As praças europeias fecharam em queda e os juros da dívida na Zona Euro registaram subidas.

Contudo, os investidores estão hoje mais confiantes com a perspectiva económica e inflacionária para a Zona Euro e, um dia depois do BCE, os juros da dívida de longo prazo recuam de Norte a Sul da região.

Na Alemanha, a “bund” perde 2,1 pontos para 0,752%; em França recua 3,1 pontos para 1,007%.

As maiores economias do Sul da Europa também registam recuos, Espanha perde 5,0 pontos base para 1,838% e Itália desce 5,4 pontos para 1,981%.

Nos restantes periféricos, a Irlanda perde 1,9 pontos para 1,382% e a Grécia desce 9,0 pontos para 7,501%.

Noutras economias a Norte também se registam quedas. A Holanda perde 2,3 pontos para 0,868% e a Finlândia desce 2,4 pontos para 0,826%.

A par das palavras de Draghi, duas fontes de dois bancos centrais do euro disseram à Bloomberg que o Conselho do BCE deverá aprovar em Janeiro novas medidas de estímulo, incluindo a bazuca da política monetária, isto é, a compra de dívida pública.

Segundo os analistas do banco de investimento Nomura, a probabilidade de ser aprovado um programa de compra de dívida pública – “quantitative easing” – aumentou de 60% para 90% após as palavras de Mario Draghi.

 

Fonte: Negócios

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