O Standard Chartered e o RBS (Royal Bank of Scotland) escaparam, nos testes de stress promovidos pelo Banco de Inglaterra, a aumentos de capital, apesar de registarem insuficiências em determinados requisitos. O Banco de Inglaterra admite, no entanto, exigir uma almofada financeira ao sistema inglês.

 

 

Os testes de stress à banca britânica, promovidos pelo Banco de Inglaterra (BOE), demonstram que “o sistema bancário está capitalizado para apoiar a economia real num cenário económico adverso que atinja o Reino Unido. A capitalização do sistema melhorou no decurso de 2015”. Assim inicia a conclusão o Banco de Inglaterra o seu relatório de análise à banca britânica.

Todos os bancos passaram no teste, ainda que haja sinais amarelos em algumas instituições. O teste, de acordo com o relatório, “não revelou inadequações de capital em cinco dos sete bancos cujos balanços no final de 2014 foram analisados”. Barclays, HSBC, Lloyds Banking Group, Nationwide Building Society e Santander UK receberam assim sinal verde do supervisor.

Já o Royal Bank of Scotland (RBS) não garantiu essa luz-verde. No entanto, o Banco de Inglaterra acrescenta que dadas as medidas que a instituição tem estabelecidas para reforçar o seu capital e os planos para reforçar os rácios Tier 1, não foi requerido à instituição que reveja o planeamento. O Standard Chartered também não cumpriu os critérios mínimos no rácio Tier 1 de 6%, mas como também tinha submetido uma estratégia revista e mais passos para reforçar os rácios de capital, o supervisor não solicitou medidas adicionais. O Tier 1 deste banco caiu para 5,1%, enquanto o do RBS estava nos 5,9%.O RBS, citado pela Bloomberg, já confirmou que dadas as medidas que estão a ser implementadas “não necessita de alterar o seu plano de capitalização em resultado dos testes de stress”.

O que significam que apesar de não terem passado nos testes, estes dois bancos escapam a medidas adicionais para reforço dos rácios de capital.

Este é o segundo teste de stress à banca britânica promovido pelo Banco de Inglaterra, sete anos depois da crise financeira global.

Além dos mínimos para o rácio de capital, era também analisado o nível de alavancagem dos bancos, que tinha de manter-se nos 3%, ainda que pudessem projectar medidas de gestão como vendas de activos ou corte de custos que tomariam caso se atingisse o cenário adverso. O RBS e o Standard Chartered, de acordo com a Bloomberg, falhariam neste indicador se não revelassem essas medidas, nomeadamente a conversão de obrigações em capital.

O BOE publicou o teste de stress, juntamente com o relatório de estabilidade financeira, no qual sinalizou a intenção de gradualmente aumentar a almofada de capital para 1%. Este “buffer” obriga os bancos a colocarem de lado capital para apoiar a actividade creditícia num ciclo de abrandamento económico. Actualmente é de zero por cento. O BOE admite que até Março irá avançar com esta exigência, contabilizada 10 mil milhões de libras (14 mil milhões de euros), segundo a Reuters.

 

Fonte: Negócios

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