A Molaflex, especializada no fabrico de colchões, está a contrariar a crise em Espanha ao reforçar a sua ofensiva externa noutros mercados, como Angola, onde já projeta construir uma fábrica, disse o diretor-geral da empresa portuguesa.

Em declarações à Lusa, Victor Marinheiro, afirmou que as vendas internacionais da Molaflex representam 60% da faturação global, mas que com “a contração económica em Espanha”, país para onde exportam desde 2009, estão “já a reforçar as operações noutros mercados”, caso de Angola, onde preveem construir uma fábrica em 2017 ou 2018.

Com 62 anos de história, a Molaflex que tem a sede e a fábrica em São João da Madeira, Aveiro, decidiu há quatro anos alterar a forma de encarar a abordagem do negócio – principalmente voltado para o mercado interno – avançando para Espanha, Angola, Cabo Verde e Moçambique.

“Agora estamos também a crescer, nomeadamente, nas operações para os Estados Unidos, Rússia, Argélia, Burkina Faso e Camarões, desenvolvendo sempre novas parcerias no mercado da hotelaria”, destacou.

Victor Marinheiro explicou ainda à Lusa que a aposta na internacionalização está “a ter muito êxito e os produtos da Molaflex estão a ser reconhecidos pelo seu alto nível de qualidade e competitividade”.

“Estamos a fazer uma forte aposta nas parcerias locais no Médio Oriente e em África para desenvolvermos o negócio nos próximos anos. E o sucesso do reconhecimento da marca passa pelo primado da qualidade, rigor e pontualidade, além da customização das encomendas para a hotelaria e cadeias de distribuição internacional”, esclareceu.

A Molaflex faturou 17 milhões de euros em 2012, prevendo alcançar os 18 milhões no final deste ano, embora continue a disponibilizar uma “ampla gama de produtos” no mercado nacional.

As vendas para fora de Portugal deverão situar-se nos 30 milhões de euros dentro de cinco anos, sendo repartidos 10 milhões pela Europa, o mesmo valor pelo continente africano e 5 milhões de euros por Angola, cabendo a restante parcela aos restantes mercados estrangeiros.

“Estamos a deixar de ser uma fábrica de colchões, para nos tornarmos numa empresa dedicada ao descanso”, realçou à Lusa Victor Marinheiro, lembrando que a Molaflex está a trabalhar para “um segmento elevado” e que há “uma forte aposta [da empresa] na investigação e desenvolvimento (I&D)”.

A empresa dá emprego a 165 trabalhadores.

Fonte: Dinheiro Vivo

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