Daniel Bessa, economista e director-geral da Cotec, espera que a banca disponibilize mais crédito às empresas nacionais

Daniel Bessa, economista e director-geral da Cotec, espera que a banca disponibilize mais crédito às empresas nacionais, contribuindo por essa via para a retoma da economia portuguesa.

O Governo confia na retoma do investimento para puxar pela economia. Concorda?
Há mudanças muito grandes nos meios ao dispor do sector bancário. Os bancos estão capitalizados, há liquidez.
Os bancos que há uns meses não emprestavam, aparecem agora a oferecer crédito, incluindo a descida de taxas de juro.

Acredita que esse crédito vai chegar à economia?
Ouvi ontem a um responsável de uma grande empresa portuguesa, uma das melhores, é certo, dizer que há dois meses, ninguém lhe emprestava 50 milhões de euros. Mas que agora tem ofertas na casa das muitas centenas de milhões de euros. Vejo aqui na Cotec que as taxas dos depósitos estão em queda livre. Temos propostas de taxas que ficam 200 ou 300 pontos base abaixo do que se conseguia há um ano, o que quer dizer que os bancos têm outras fontes de financiamento. Espero que isto chegue agora às empresas.

A diminuição da procura externa vai comprometer o único motor da economia portuguesa?
Não ajuda. Mas a queda do mercado só é muito importante para as empresas que têm quotas de mercado muito altas. Na grande maioria dos sectores, as quotas de mercado das empresas portuguesas lá fora são insignificantes. Temos o calçado a crescer em Espanha, apesar dos espanhóis estarem a comprar menos sapatos.

Fonte: Económico

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