A Pearson chegou a acordo para vender o Financial Times por 844 milhões de libras (cerca de 1,2 mil milhões de euros) à Nikkei. Propriedades do grupo e The Economist ficam fora do negócio.

A Pearson, detentora do grupo onde se inclui o jornal económico de referência Financial Times, acordou a venda do FT Group por 844 milhões de libras (cerca de 1,2 mil milhões de euros) à Nikkei, escreve a Bloomberg esta quinta-feira, 23 de Julho.

Este negócio inclui o jornal Financial Times, o site FT.com e títulos como The Banker e o Investors Chronicle. Ficam de fora as propriedades do grupo em One Southwark Bridge, Londres, e os 50% que a Pearson detém na publicação The Economist.

Segundo o Financial Times, a oferta do grupo japonês Nikkei foi superior à do rival alemão Alex Springer, que esteve também em conversações com a Pearson nas semanas recentes.

John Fallon, chefe executivo da Pearson disse, citado pelo Financial Times, que a empresa foi “o orgulhoso proprietário” do Financial Times durante cerca de 60 ano, mas que se chegou a um momento de mudança nos media, marcado pelo crescimento explosivo do consumo de conteúdos através de plataformas móveis e das redes sociais. Assim, acredita, “a melhor maneira de garantir o sucesso jornalístico e comercial do FT é tornando-o parte de uma empresa de media global e digital”.

A Nikkei é uma empresa de media japonesa, uma das maiores do país, com vendas anuais de cerca de mil milhões de libras e uma referência para os executivos do país, escreve o próprio Financial Times.

Tsuneo Kita, chairman e CEO da Nikkei disse estar “extremamente orgulhoso por se juntar ao Financial Times, uma das mais prestigiosas organizações noticiosas do mundo”. “A nossa motivação de oferecer jornalismo de alta qualidade na área de economia e noutras áreas, mantendo a justiça e a imparcialidade, é muito próxima do FT. Partilhamos os mesmos valores jornalísticos. Juntos vamos trabalhar para contribuir para o desenvolvimento da economia global”, acrescentou.
Na mesma linha de raciocínio, John Ridding, chefe executivo do Financial Times disse que na Nikkei se encontrou “um parceiro com o mesmo compromisso com a independência e integridade editorial”.

Nesta transacção a Evercore, a Goldman Sachs e a JPMorgan Cazenove prestaram serviços de consultoria à Pearson, enquanto o grupo Rothschild foi o consultor da Nikkei no negócio.

O Financial Times tem actualmente uma equipa editorial de 500 jornalistas, em mais de 50 localizações em todo o mundo. O jornal foi publicado pela primeira vez em 1888 e comprado pela Pearson em 1957.

A empresa já tinha confirmado os rumores sobre conversações em torno de uma possível venda do FT Group.

“A Pearson regista a existência de alguma especulação recente na imprensa e confirma que que estão em curso conversações avançadas no sentido de uma potencial venda do FT Group, ainda que não haja ainda certezas se estas conversações vão conduzir a uma transacção”, informava a empresa em comunicado citado pelo The Guardian esta quinta-feira, 23 de Julho.

Esta não era a primeira vez que surgiam rumores sobre uma possível venda. Em 2013, quando rumores em torno de uma possível alienação vieram a público, a Pearson garantiu que o jornal “não estava para venda” e descreveu o FT como “uma parte valiosa” da empresa.

Fonte: Negócios

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