A capacidade de financiamento dos particulares aumentou para 6,4% num ano em que a queda no consumo foi maior do que a diminuição do rendimento disponível.

A poupança dos particulares e das sociedades financeiras permitiu que a capacidade de financiamento da economia portuguesa passasse no ano passado para um valor positivo. Em 2012, a poupança financeira representou 0,8% da riqueza produzida no país, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

Este indicador, medido em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), resulta do saldo entre os activos e os passivos assumidos pelos agentes económicos.

O excedente registado em 2012, ao contrário de valores negativos registados em anos anteriores, resulta de uma poupança de 6,4% dos particulares e de 2,3% das sociedades financeiras.

O investimento dos particulares em títulos de dívida (emitidos, por exemplo, por empresas e instituições financeiras) aumentou. O seu financiamento líquido foi, ao mesmo tempo, influenciado de forma positiva pela amortização de empréstimos, mas negativamente pelo desinvestimento em reservas de seguros.

A taxa de poupança das famílias atingiu no ano passado o pico mais alto desde 1999, reflectindo uma queda a fundo no consumo – mais forte do que a diminuição do rendimento disponível.

O Banco de Portugal lembra que, com a aplicação do programa da troika, as necessidades de financiamento das administrações públicas foram garantidas nos dois últimos anos “essencialmente” pelo empréstimo dos parceiros europeus e do FMI, que em 2011 atingiu 35.400 milhões de euros e 27.600 milhões no ano passado.

Fonte: Público

Comentários

comentários