Grupo RAR fechou 2015 com um prejuízo de 6,7 milhões de euros que compara com o lucro de 2,5 milhões de euros registados em 2014.

O grupo RAR divulgou hoje que regressou aos prejuízos em 2015, com resultados líquidos atribuíveis à empresa-mãe negativos em 6,7 milhões de euros, depois do lucro de 2,5 milhões de euros obtido em 2014.

Os prejuízos de 2015 superam o resultado líquido negativo de 5,4 milhões de euros que o grupo havia registado em 2013 e do qual tinha recuperado em 2014.

Em comunicado, o grupo – cujo ‘portfolio’ de negócios abrange as áreas de embalagem, alimentar, imobiliária e serviços – adianta que no ano passado as vendas líquidas consolidadas atingiram os 860 milhões de euros (976 milhões em 2014), enquanto os resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) somaram 40 milhões de euros (abaixo dos 54 milhões de euros do ano anterior).

No período, os resultados operacionais foram de 12 milhões de euros, “sustentados pelas performances” da Colep Europa e da Vitacress.

A dívida financeira consolidada foi reduzida em mais de 30 milhões de euros.

No comunicado, a RAR sustenta que “as alterações ao portefólio do grupo concretizadas em 2015 permitiram uma melhor alocação de capital e o reforço dos negócios mais estratégicos”, com a aquisição pela Colep dos restantes 49% da sua operação brasileira, a venda de 100% do capital da Imperial, a venda da participação de 50% na GeoStar e a venda da operação inglesa de tomate detida pela Vitacress a contribuírem “para o reforço da solidez do grupo”.

“A linha orientadora dos últimos exercícios tem conduzido a uma progressiva sustentação e reforço dos patamares de rentabilidade operacional e à redução do nível de endividamento do grupo RAR. Apesar do contexto, no ano de 2015 deu-se continuidade a este processo”, refere.

O exercício passado é descrito como “um bom ano” para a operação europeia da Colep, “com a divisão de ‘packaging’ a atingir valores recordes e a divisão de ‘consumer products’ a crescer e a conseguir novos contratos com empresas multinacionais, que continuarão a ter efeitos positivos nos próximos anos”.

Já a actividade no Brasil “foi marcada por uma acentuada redução de consumos, reflexo da profunda recessão que o país atravessa”, sendo que após a aquisição da totalidade do capital das empresas brasileiras se “acelerou o programa de integração das operações fabris num modelo similar ao do restante universo Colep”.

No final de 2015, as vendas consolidadas da Colep somaram 466 milhões de euros, antecipando a empresa “um crescimento sustentado da sua atividade e dos seus resultados para os próximos anos, a acompanhar o reforço da sua posição nos diferentes mercados em que atua”.

Quanto à Vitacress, o grupo refere que, numa base comparável, “teve uma boa performance, desenvolvendo programas de redução de custos e de concentração, num único local, da produção de ervas em vaso”.

“De destacar o reforço da sua posição no mercado de ervas frescas do Reino Unido, onde tem uma presença muito significativa nas principais cadeias de retalho”, refere a RAR, salientando que, “mesmo perante condições de mercado difíceis, a empresa mostrou um forte desempenho e fechou o exercício de 2015 com um volume de negócios de 136 milhões de libras (185 milhões de euros)”.

Já a RAR Açúcar registou uma melhoria na sua rendibilidade, “apesar da penalização excecional decorrente da rescisão assumida de contratos de compra de rama ter afetado significativamente os resultados”, sendo que o retomar de “alguma estabilidade” das matérias-primas, a baixa do custo de energia e um “esperado crescimento” dos preços de venda “faz antever melhor desempenho já no próximo exercício”.

O volume de negócios desta participada manteve-se estável nos 70 milhões de euros.

No que se refere à RAR Imobiliária “sentiram-se alguns sinais da retoma do setor, refletidos por um aumento relevante das vendas e alugueres no Edifício do Parque e noutros ativos”, tendo 2015 encerrado com “um nível de atividade superior ao do ano anterior”.

A Acembex continua a reclamar em 2015 uma “posição de liderança” na importação de cereais, com uma quota de 19% num mercado de quatro milhões de toneladas e um volume de negócios de 150 milhões de euros, sendo de registar a extensão da sua atividade ao fornecimento de grandes operadores de ‘pet food’

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Com um total de 4.950 colaboradores, o grupo RAR está presente em Portugal, Alemanha, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Espanha, México, Polónia e Reino Unido.

Fonte: Económico

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