“A PSA tem todo o interesse em transformar-se num construtor automóvel mundial.”

A reestruturação do grupo PSA ainda não está concluída, diz Carlos Tavares.

O plano de reestruturação ‘Back in the race’, implementado pelo português quando assumiu a liderança do grupo Peugeot/Citröen, já está a dar frutos – no primeiro semestre os lucros regressaram (de 571 milhões de euros), algo que não acontecia desde 2011. Mas a empresa ainda está “num processo de optimização em que se tem de procurar em todos os sítios formas de trabalhar mais eficientes”. Carlos Tavares reconhece que a empresa tinha “uma organização muito vertical em que havia uma certa dificuldade em trabalhar de forma transversal” e que, no início do plano, “de reconstrução económica era claro que o número de empregados da empresa, em relação aos seus concorrentes, estava brutalmente mais elevado”. “Este era um dos elementos que tinha de ser corrigido e está agora a ser corrigido, embora não totalmente.”

Carlos Tavares sublinha que “a PSA tem todo o interesse em transformar-se num construtor automóvel mundial”. “Para isso temos de estar presentes em alguns dos grandes mercados em que hoje não estamos”, acrescenta. O grupo tem hoje “duas pernas: uma europeia e outra chinesa”, mas o objectivo é ter mais. “Ao estar presente num número mais alargado de mercados estamos a proteger a empresa”, garante. E dá como o exemplo a presença no mercado chinês que ajudou a compensar a crise na Europa “que quase afundou a empresa”. O objectivo da PSA é conquistar, este ano, 5% do mercado chinês.

Agora é a China que dá sinais de arrefecimento, tal como outros mercados emergentes. “Nuvens” que podem ameaçar o desempenho da PSA no segundo semestre, reconhece Carlos Tavares. “O que isto demonstra é que não existem situações estáveis. O mundo é caótico e só há duas formas de nos protegermos: estar presente em vários mercados mundiais e tentar ser mais competitivo no que fazemos. A meta agora é aumentar a eficiência das operações na China”, diz.

Com a entrada da Dongfeng no capital da PSA em 2014, o grupo está mais exposto à evolução da economia do antigo Império do Meio. Carlos Tavares reconhece que as sucessivas desvalorizações do yuan emagracem os lucros da empresa, no momento da sua conversão para euros. Mas também podem ser “uma oportunidade”, já que tornam mais rentáveis as exportações feitas a partir da China. Recorde-se que existe um acordo com a Dongfeng para criar uma nova plataforma na China para fazer carros do grupo do segmento B.

Fonte: Económico

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