CNMV quer saber se houve abuso de mercado por parte da empresa ou administradores.

A Comisón Nacional del Mercado de Valores (CNMV) abriu uma investigação “para determinar a existência de possíveis indícios de comportamentos que configurem abuso de mercado” por parte da Pescanova, “seus administradores ou de terceiros”. Em causa estará à venda por parte do presidente da Pescanova, Alfonso Paz-Andrade, de 195.000 acções da empresa cerca de um mês antes da entrada do processo de falência. Com esta operação, Paz-Andrade arrecadou ganhos na ordem dos 3,25 milhões de euros.

A cotação da Pescanova na Bolsa de Madrid foi suspensa a 1 de Março, altura em que deu entrada com um processo de falência técnica, devido às dificuldades que encontrou a negociar a dívida com a banca. A empresa espanhola acumulou uma dívida que chega aos 1,5 mil milhões de euros. Quando foi readmitida à cotação, as acções da Pescanova caíram 60%, com uma cotação de 6,96 euros, a preços de Março de 2003.

O regulador de mercado quer ainda que a Pescanova entregue “com a maior brevidade possível”a informação financeira correspondente ao segundo semestre de 2012, assim como informação complementar sobre a situação patrimonial da empresa, níveis de endividamento e dívidas vencidas e não pagas.

Entre os credores da Pescanova está o Banco Caixa Geral, subsidiária da CGD em Espanha. A maior fatia de dívida pertence, no entanto, ao gigante galego Sabadell-CAM, no valor de cerca de 200 milhões; segue-se a Nova Caixa Galicia, com 150 milhões, o la Caixa, com 150 milhões; o Banco Popular, com 100 milhões, o Santander, com 80 milhões, o Bankia, com 75 milhões, o Unicaja, com 60 milhões, o Banco Caixa Geral, com 50 milhões, e o Liberbank, com 45 milhões de euros.

Fonte: Económico

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