Não é exactamente ciência, mas a experiência diz-nos que, no que toca a mercados accionistas, a bolsa portuguesa sobe menobs que os principais índices, em tempos de bonança, e acompanha com mais violência as quedas, nos momentos de sentimento inverso.

Ao nível das bolsas de referência – com os EUA, naturalmente, à cabeça – estamos a viver o que os analistas do Banco Best chamam de “super bull market”, caracterizado como uma subida marcada de mais de 200% face ao período mais baixo do ciclo. Há vários factores que o explicam, nomeadamente os programas de estímulo económico dos EUA e agora da União Europeia.

Há também riscos, como as habituais tensões geopolíticas, a que se junta o efeito cambial e um calendário político riquíssimo neste e no próximo ano. Em Portugal, o panorama é bem diferente. Este ano até está a correr muito bem, algo que também tinha sucedido em 2014, até os terramotos BES e PT terem derrubado, sem escapatória, a bolsa nacional. A falta de dimensão do mercado português, visível na baixa liquidez e no reduzido ‘free-float’ de muitas cotadas, tem travado a recuperação, juntando-se a efeitos-País. Mesmo a saída da ‘troika’, que poderia ter sido na bolsa um rastilho de optimismo, não conseguiu descolar devido aos casos já mencionados.

Com todos estes dados, espera-se que, lá fora, a exuberância tenha sustento nos resultados empresariais. E, já agora, que o PSI 20 consiga, desta vez, tirar proveito do bom momento internacional.

Fonte: Económico

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