Joaquim Fitas rejeita críticas do Sindicato da Construção de Portugal de que o processo está a ser demorado.

A Soares da Costa pretende avançar até ao final do mês de Abril com o processo de despedimento colectivo de 519 trabalhadores. A garantia é dada pelo presidente-executivo da construtora, que rejeita as acusações feitas hoje pelo Sindicato da Construção de Portugal de que está a arrastar este processo.

Joaquim Fita garantiu, à agência Lusa, que o despedimento é “irreversível”, adiantando que “durante o mês de Abril” os trabalhadores visados serão informados, assim como os órgãos representativos dos trabalhadores. Ainda este mês, terá início o processo de negociação com os funcionários alvo do despedimento colectivo.

O líder da construtora nacional refutou também as críticas de hoje do presidente do Sindicato da Construção de Portugal, Albano Ribeiro, que acusou a empresa de arrastar o despedimento já há ano e meio. “Só em Dezembro [de 2015] é que [o despedimento] foi anunciado de forma irreversível e com o universo de 500 trabalhadores. Estamos, de facto, atrasados porque dissemos que o passo seguinte – selecção dos trabalhadores, fundamentação e cálculo das condições a propor – seria dado até ao final de Março e não foi. Mas não há nenhum atraso de um ano, apenas de um mês”, esclareceu Joaquim Fitas.

Recorde-se que Albano Ribeiro acusou a construtora de tentar “vencer os trabalhadores pelo cansaço” com o arrastar do despedimento e defendeu, citado pela Lusa, que a “já visível retoma do sector” pode permitir reverter o processo.

Joaquim Fitas revelou ainda que as indemnizações a pagar aos trabalhadores deverão rondar os “18 a 19 milhões de euros” – com um período de retorno de menos de dois anos, dada a consequente redução dos encargos com pessoal. E assegurou que este fundos estão “disponíveis desde há muito tempo em Angola”, onde a construtora concentra 70% da facturação, e “prontos a serem transferidos para Portugal quando necessário”.

Reconhecendo tratar-se de “uma situação angustiante para os trabalhadores”, Fitas explicou que a Soares da Costa quer “ter a certeza de que não está a fazer nada de ilegal ou processualmente errado, que cause prejuízo às pessoas ou à empresa”. “Este processo atrasou porque nunca fizemos um despedimento colectivo e queremos ter a certeza absoluta de que o que estamos a fazer está bem feito e não é um erro para a empresa, nem um prejuízo para os trabalhadores. Mas contamos ter este processo nas mãos dos trabalhadores ainda durante este mês”, justificou.

Fonte: Económico

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