As marcas chinesas de vestuário procuram cada vez mais os tecidos europeus para tentarem distinguir-se internamente, proporcionando novas oportunidades aos industriais têxteis portugueses, disse hoje à agência Lusa uma responsável do setor. 

“Os chineses são fortes na confeção devido à mão de obra barata, mas as marcas de gama média e alta precisam de mais qualquer coisa que lhes dê valor acrescentado e que as diferencie uma das outras”, afirmou Sofia Botelho, diretora executiva da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).

“Eles reconhecem-nos como europeus, ao lado dos italianos, com um nível de preços e de qualidade idêntico. Temos de facto um bom produto”, acrescentou. Em declarações à agência Lusa na inauguração da “Intertextil Pequim 2013”, que decorre durante três dias com centenas de expositores de mais de dez países, Sofia Botelho realçou que “as exportações de tecidos portugueses para a China têm aumentado de ano para ano”. “Temos de procurar alternativas à Europa, onde o mercado está parado. Há muito mercado no mundo inteiro, da Turquia ao Japão”, disse a responsável, que representa também a Associação Seletiva Moda, o organismo da ATP encarregue de promover o país nas feiras internacionais.

A “Intertextile Pequim”, organizada pela Messe Frankfurt, é um dos mais concorridos certames do género na Ásia. Sete empresas portuguesas (mais duas do que em 2012) participam na edição deste ano: Arco Texteis, Lemar, Riopele, Somelos, Teviz, Têxtil Serzedelo e Troficolor. “Temos qualidade, inovação, design e moda”, disse Sofia Botelho acerca da oferta portuguesa. As empresas portuguesas ocupam o pavilhão “From Portugal”, um espaço onde predomina o vermelho, a cor que os chineses associam à felicidade, e com o nome do país escrito também na língua local (“Pu Tao Ya”). “From Portugal” (em inglês) é um projeto da Associação Seletiva Moda apoiado por fundos comunitários (Qren). Segunda maior economia mundial, com um crescimento anual que se mantém acima de 7,5%, a China está empenhada em “mudar o padrão de desenvolvimento”, privilegiando mais o aumento do consumo interno do que as exportações. A “Intertextile Pequim 2013” ocorre num bom momento das relações comerciais luso-chinesas. Em 2012, as exportações portuguesas para a China aumentaram 30%, atingindo o valor recorde de 1.128 milhões de euros.

Fonte: Jornal i

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