O grupo português arranca este ano com a construção de dois hotéis Moov no Brasil.

O grupo têxtil Endutex vai investir 34,6 milhões de euros até 2017 na expansão da sua marca de hotéis Moov em Portugal e na internacionalização para o Brasil, disse ao Diário Económico André Ferreira, administrador da área hoteleira e imobiliária. No primeiro dia do ano, o grupo Endutex deu o primeiro passo no desenvolvimento deste projecto, com a introdução da marca Moov nos hotéis de duas estrelas no Porto e Évora.

Como adianta André Ferreira, o grupo Endutex terminou o contrato de franchising com a marca internacional B&B, na medida em que se sentia “muito seguro e já com ‘know how’ do mercado português para abraçar um projecto” hoteleiro sozinho. Os custos de carácter comercial inerentes ao contrato de franchising e o objectivo de internacionalizar a actividade pesaram também na decisão de abandonar a marca B&B.

O próximo hotel Moov está já em construção na zona da Senhora da Hora, um local periférico da cidade do Porto, direccionado para o cliente de negócios. O investimento, num hotel com 129 quartos, atinge os 6,6 milhões de euros e deverá estar concluído em Julho deste ano. Com este projecto, o grupo “fecha” a cidade do Porto.

Segundo André Ferreira, hotéis com o conceito do Moov (económico, confortável e de serviços limitados) encontram-se normalmente instalados em localizações periféricas. Contudo, a Endutex decidiu iniciar o percurso pelos centros da cidade (Porto e Évora), localizações mais direccionadas para turistas, e só agora vai apostar noutro tipo de clientes.

Para a região de Lisboa, a Endutex tem dois projectos em fase de licenciamento. Em Oeiras (Porto Salvo), o grupo quer construir um hotel de 115 quartos, direccionado para pessoas que tenham de se deslocar em trabalho àquela zona onde existem diversos parques empresariais. André Ferreira estima que a construção desta unidade arranque ainda este ano. O investimento é de quatro milhões.

O grupo vai também construir um hotel Moov na zona do Parque das Nações, cuja edificação se iniciará no começo de 2016. Esta unidade terá 192 quartos e irá custar 10 milhões.

André Ferreira realça que o grupo nunca teve dificuldades de financiamento, tendo até recebido várias propostas de bancos para o hotel da Senhora da Hora. O gestor adianta que os projectos têm “sempre uma parte de capitais próprios, na ordem dos 30%, uma política da empresa para sobreviver a alguma adversidade que surja”.

Com estes investimentos, o grupo quer triplicar o número de unidades de alojamento no país até 2017, passando dos actuais 205 quartos para mais de 600. Para André Ferreira, “o mercado português não abarca muitos mais hotéis”. A Endutex admite haver oportunidades para mais duas ou três unidades, duas na região de Lisboa e uma em Coimbra.

À boleia da indústria
O grupo Endutex está no Brasil desde 1998, onde detém uma unidade têxtil de revestimentos no Estado de Rio Grande do Sul. “É por aí que vamos começar, é o que mais conhecemos e a região tem uma dinâmica empresarial que se adequa a este tipo de hotelaria”, justifica André Ferreira. Este ano, arrancam as obras para a construção do Moov Curitiba (Março) e do Moov Porto Alegre (Setembro). Estes dois hotéis implicam um investimento de 14 milhões de euros e têm um prazo de execução de 18 meses.

André Ferreira ambiciona criar uma rede Moov no Brasil, mas reconhece que dada a dimensão do mercado será necessário a associação de um parceiro ou de um fundo de investimento ao projecto.

A área hoteleira do grupo Endutex gerou no ano passado uma facturação de 2,5 milhões de euros, sendo que foi o primeiro exercício completo do hotel de Évora. Ainda assim, o hotel do Porto (aberto desde Outubro de 2011) viu as vendas crescerem 10% em 2014.

 

Fonte: Económico

Comentários

comentários