Os inspectores da troika já estão em Lisboa para mais uma avaliação regular do programa de ajustamento. Durante duas semanas, a troika vai analisar o cumprimento do programa e, no dia 15 de março, o ministro das Finanças irá apresentar os resultados da visita.

Até lá, os representantes da Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu vão reunir-se com partidos, parceiros e membros do Governo.

Hoje é o dia em que a avaliação começa oficialmente, mas os técnicos devem ter chegado mais cedo para preparar o programa. Ainda se sabe pouco sobre o seu calendário, mas já está confirmada uma reunião para o dia 28 com os parceiros sociais. Em cima da mesa está, entre outros, o corte do número de dias de indemnização em caso de despedimento, que a troika exige que o Governo português efectue, mas que os sindicatos mostram relutância em aceitar.

Para esta semana, a troika tem ainda agendadas uma reunião com o primeiro-ministro e outra com os ministros de Passos Coelho, entre eles Paulo Portas, que tem a tarefa de apresentar o plano de cortes da reforma do Estado, um dos temas em destaque nesta avaliação. Para esta semana está também marcada uma reunião com o Partido Socialista, mas a data final só será conhecida na véspera.

Durante esta visita, os líderes internacionais vão cruzar-se com mais uma manifestação “que se lixe a troika”. O protesto tem data marcada para 2 de março e tem como ambição repetir o protesto de dia 15 de setembro, conhecido como a ‘maior manifestação desde o 25 de abril’. Até agora, o protesto, que ganha forma através do Facebook, já conta com mais de 16 mil confirmações. O número de presenças confirmadas tem aumentado especialmente nos últimos dias, a par da onda de contestação contra as medidas do Governo, que toma forma através da entoação da música “Grândola Vila Morena”.

Dois dias mais tarde, a troika vai reunir-se com os deputados da Assembleia da República, para troca de impressões mas não fala sobre avaliação do programa de ajustamento, como confirmou João Semedo .

Mas a data representa bem mais que isso já que os líderes internacionais partem para mais uma reunião de Ecofin e de Eurogrupo (dias 4 e 5). Estas reuniões serão decisivas para Portugal, já que o Governo espera ver confirmada a flexibilização do programa de ajustamento em mais um ano. Em cima da mesa estará também o regresso aos mercados e até o fim do programa de ajustamento.

Ainda não são conhecidas outras reuniões dos inspectores internacionais, mas é certo que no dia 15 de março, Vítor Gaspar faça uma nova apresentação de resultados. Se tudo correr bem, Portugal irá receber mais cerca de 660 milhões de euros.

Consulte a agenda:

25 de fevereiro
Inicia-se oficialmente a sétima avaliação do programa de ajuda externa;

28 de fevereiro
Troika reúne-se com parceiros sociais às 10h00 no Conselho Económico e Social

Semana 25 – 28
Ainda sem dia definido, a troika reúne-se ainda com o primeiro-ministro e com os ministros do Governo, entre eles Paulo Portas, que tem a seu cargo a tarega de apresentar os cortes de 4 mil milhões previstos pelo Governo;

Também será realizada uma reunião com o Partido Socialista, na sede do Rato. A data só será conhecida na véspera da reunião.

2 de Março
Manifestação ‘Que se lixe a troika’ volta às ruas.

4 e 5 de Março
Reunião do Ecofin e do Eurogrupo
Mais uma data importante que se cruza com a presença internacional em Lisboa. A flexibilização do programa vai estar em cima da mesa, e a troika estará de olho em Bruxelas, para saber se Portugal recebe ou não mais tempo para ajustar as contas.

5 de março
Troika vai reunir-se com os deputados, mas a avaliação do programa de ajustamento fica de fora.

15 de março
Conferência de imprensa com Vítor Gaspar para apresentação dos resultados do exame regular.

Fonte: Dinheiro Vivo

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