Em nove meses as empresas esgotaram a dotação desta linha de crédito de 1,4 mil milhões de euros. Micro e pequenas empresas usaram mais.

A dotação da linha de crédito PME Crescimento foi ontem reforçada em 250 milhões de euros, depois dos 1,4 mil milhões inicialmente destinados ao financiamento das PME se terem esgotado totalmente, em meados deste mês.

Apesar do Presidente da República ter indigitado ontem António Costa para constituir Governo, o Ministério da Economia, ainda liderado por Miguel Morais Leitão (na foto), entendeu que deveria tomar a decisão de reforço da linha, caso contrário as empresas portuguesas não teriam forma de se financiarem até ao final do ano.

A linha que foi criada a 1 de Abril deste ano, mas esgotou-se rapidamente, com um ritmo de utilização superior ao que as autoridades esperavam – a expectativa era de que alinha durasse até ao início do próximo ano, apurou o Económico junto de fonte próxima do processo. Contudo, não é possível dizer que “houve uma corrida às linhas”, como já aconteceu no passado, avançou a mesma fonte. Em causa estão valores bastante reduzidos para este tipo de linhas. Edições anteriores destas linhas já tiveram dotações bastante superiores. Ainda assim, esta “utilização a bom ritmo” demonstra que “as empresas continuam a precisar de tesouraria”, acrescentou.

Para acomodar os 250 milhões de euros de reforço, “que já estava pensado”, bastou utilizar “as folgas dentro dos próprios fundos, ou seja de todas as linhas de crédito, da garantia mútua e da contragarantia”, explicou a mesma fonte.

As condições inicialmente definidas mantêm-se. Isto é à taxa Euribor a seis meses (que já está em terreno negativo, ontem era de -0.3%) acresce um ‘spread’ que varia com a linha específica e com a dimensão da empresa – a oscilação é entre 2,7% para as PME líder nas linhas de fundo de maneio e investimento e os 4,3% para as PME de maior risco.

À semelhança de edições anteriores da linha, a dotação global é distribuída por diversas gavetas, mas “os valores atribuídos a cada linha específica serão avaliados periodicamente, em função da utilização, numa lógica ‘first come first serve’, podendo ser feitas reafectações de verbas entre linhas específicas e dotações”, explicou fonte oficial do Ministério da Economia. Assim, a linha para as micro e pequenas empresas tem agora uma dotação de 329 milhões de euros, a linha de fundo de Maneio e Investimento tem 1.267 milhões, sendo este montante repartida por: 140 milhões de dotação para o médio prazo e 1.124 milhões para o longo prazo. Já a linha específica para as empresas de elevado crescimento ficou agora com uma dotação de 36 milhões de euros e a linha para financiar o crédito comercial a exportadoras com 18 milhões.

O Económico sabe ainda que a linha teve uma utilização bastante uniforme nas várias rúbricas, mas foi ao nível da linha para as micro e pequenas empresas que houve maior procura.

Fonte: Económico

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