Banco ficou com as ações da antiga PT SGPS que tinham sido dadas como garantia de dívidas que a Ongoing não conseguiu pagar. Tem agora 6,16% da Pharol

O BCP passou a ter mais 37 milhões da Pharol, empresa que anteriormente era designada por PT SGPS, após ter executado parte da dívida da Ongoing que tinha como garantia este lote de ações. O banco passou assim a ter 6,1689%, tornando-se um dos maiores acionistas da Pharol, empresa que tem 27,5% da brasileira Oi e a dívida “tóxica” de 897 milhões de euros resultante do investimento em instrumentos de dívida do grupo Espírito Santo.

A Ongoing, presidida por Nuno Vasconcellos, era um dos maiores acionistas da PT e tem também negócios na área da imprensa em Portugal, – nomeadamente o Diário Económico, que está em processo de venda, – e no Brasil. Chegou a ser um dos maiores acionistas da Impresa, proprietária do Expresso, SIC e Visão, entre outros meios de comunicação social.
A empresa tinha uma dívida de cerca de 230 milhões ao BCP e tinha dado como garantia ações da PT SGPS, hoje Pharol. O banco presidido por Nuno Amado exerceu agora o penhor sobre as ações da operadora dadas como garantia do empréstimo.

A informação relativa à execução consta de um comunicado difundido na sexta-feira à noite no qual “a Pharol, SGPS informa que o BCP passou a deter uma participação qualificada de 6,1689% do capital social e dos direitos de voto da Pharol”.

No mesmo comunicado explica-se que “esta situação ocorreu na sequência do exercício, no dia 12 de agosto, do direito de apropriação previsto em contrato de mútuo com penhores de ações e de outros valores, em que o BCP adquiriu 37.804.969 ações ordinárias, representativas de aproximadamente 4,2169% do capital social e direitos de voto da Pharol,SGPS”.

A 12 de agosto as ações da Pharol estavam nos 0,264 euros, após terem sofrido uma forte desvalorização. As mais de 37 milhões de ações estavam avaliadas, tendo em conta o valor de fecho desse dia, em 9,98 milhões de euros.

O comunicado não faz qualquer referência à Ongoing. A 8 de agosto o Expresso noticiou que o BCP se preparava para executar a dívida e que a Ongoing está a equacionar avançar com um Processo Especial de Revitalização (PER), um projeto de recuperação de devedores em situação económica difícil, em que é apoiado pelo Novo Banco, onde a empresa da família de Nuno Vasconcellos tem ainda empréstimos para pagar.

Mas, apesar de estar recetivo ao PER, o BCP estava decidido a exercer as garantias que tem, com PER ou sem PER, o que acabou agora por acontecer. O Expresso noticiou também que existem garantias pessoais exigidas a Nuno Vasconcellos, que deverão ser acionadas e que rondarão os €8 milhões.

O jornal tentou falar com a Ongoing e com o BCP mas não foi possível obter qualquer comentário.

Fonte: Expresso

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